FLUXO DO PENSAMENTO FILOSÓFICO.

A minha alma, às vezes, parece vazia, inexistente vagando no nada. Talvez haja um abismo em mim...

A minha alma está inquieta agora, entre dissabores uivos e gritos...

Talvez seja esse o abismo em mim.

A minha alma ficou confusa de repente, ninfas passeiam por aqui...

Talvez sejam elas o meu abismo.

O meu coração, da mesma maneira, vaga inquieto nas desilusões desta vida murcha. Vida sem cores, sem perfumes, sem beleza alguma.

Talvez seja a vida o meu abismo...

O meu coração sentiu o sopro impetuoso da tempestade, e nesta tarde estranha de tempo fechado, andarilhos esquisitos aproximam-se com ferocidade junto à minha torre.

Talvez eles, sejam o meu abismo...

O meu coração não sabe o que deseja, querendo às vezes uma coisa, quando no instante seguinte deseja outra, e assim prossegue sucessivamente.

Talvez eu mesmo seja o abismo...

Eu não mudei…

Sou o mesmo prisioneiro de sempre, enganei-me achando que era o que nunca poderei ser.

Eu não mudarei…

Serei sempre uma ave, de penas reluzentes, de asas longas e coloridas, entretanto, acorrentada na velha torre de cristal dos meus pensamentos filosóficos.

Eu não mudei…

Lá, no reino encantado, passeiam transeuntes ambulantes, com o caminhar vacilante, vagando desesperados sem perceberem que são o próprio desespero e o abismo de tantos outros e de si mesmos.

Os dias se fazem cansativos, todos se fazem lentos, rápidos, silenciosos, inconstantes. Às vezes em barulhos irritantes e repetitivos. Sou um marinheiro à deriva no mar dessa vida.

E de repente, levantou-se outra tormenta, golpeando o meu barco de todos os lados, intensificaram os ventos, raios e trovões ao horizonte, à deriva, sem rumo, sem destino, eu vou a passos largos ao abismo do silêncio filosófico e absoluto .

É apenas mais um dia, início carnavalesco de um movimentado Março. Os pensamentos e as lembranças me assaltam.

É o anjo ledo das idéias, o olhar e o sorriso é de uma beleza que me aprisiona e encanta. A idéia deste anjo tem um olhar poderoso, olhar que enfeitiça a outros olhares ao encantamento, hipnotiza quem a ele se atreva fixar. O sorriso faz com que as flores percam o brilho e as cores. Tem um sorriso tão gracioso, tão magnânimo, que, basta lembrá-lo, por um instante que seja, que os meus lábios também se vêem em um sorriso desprotegido ao acaso de pensamentos vagos. 'É a mente filosofando'.

A idéia deste anjo tem corpo, que é qualquer coisa longe de uma explicação lógica. O anjo ledo tem o corpo das ninfas, é uma mistura de Vênus com Afrodite, porém, com muito mais beleza que qualquer deusa do Olimpo sonharia em ter. As belas curvas do pensamento, traz a minha lembrança um fogo que ainda arde. A filosofia desses pensamentos tem as mais belas pernas que se pode imaginar, nenhuma escultura da antiguidade conseguiu tamanha perfeição geométrica, a tez da pele, o perfume inebriante, impossível esquecer, enlouquecer, sim, é de enlouquecer.

Existe um mistério em seu nome, que, evidentemente, não quero revelar a ninguém. Pois tem um nome maravilhoso, nome de anjo ledo, sim, eu chamo a ideia de anjo ledo, e somente eu, somente a idéia, conhecemos o segredo que esta designação exige.

O seu nome é um poema em meus lábios peregrinos de poeta. Todas às vezes que vejo soar o nome do anjo ledo, uma sinfonia de amor soa dentro da minha alma, palavras de amor arrebatam o meu coração, então a poesia surge na sua totalidade, na falha tentativa de expressar a grandeza desses pequenos momentos.

É apenas o início de Março caríssimo leitor… Nada mais.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 03/03/2019
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