Quando nos aposentamos, a primeira pergunta que nos ocorre, e que sempre nos causa uma grande inquietude, é: "O que fazer com tanta liberdade?"
A resposta para essa indagação envolve tantos aspectos pessoais, sociais, financeiros e emocionais, que muitas vezes nos sentimos perplexos e incapazes de gerir a nossa própria vida. Dentro desse novo contexto teremos que rever os nossos valores, atribuir uma nova dimensão ao nosso tempo diário, reformular as nossas inter-relações sociais em outros grupos de convivência, e transformar até a estrutura de nossa linguagem, mudando palavras relacionadas com o nosso âmbito profissional, que por não serem mais usadas acabam se perdendo dentro do nosso arquivo de memória.
Existe um desamparo na aposentadoria. Um fechar de portas, suave, uma delicadeza no dizer que devemos nos divertir como forma de compensar a não-produtividade e a ausência de engajamento no mercado de trabalho. Os que permanecem na ativa nos olham e exclamam com uma pontinha de inveja "Ah! O meu dia vai chegar!"
Essa aposentadoria que na maioria das vezes é voluntária é vivida no início como uma crise proveniente, sobretudo, do medo do isolamento social. Com o passar do tempo e paulatinamente, esse momento negativo é substituído pelo pensamento que o trabalho sistemático não é a única forma de viver, e que poderemos realizar os nossos planos interiores, adormecidos por tantos anos, embalados pela esperança de serem concretizados.
Não é fácil a tarefa de vivenciar esses sonhos. A eles se contrapõem a vontade de fazer nada, o deixar ficar na preguiça gostosa do dia-a-dia, o acostumar da liberdade traiçoeira e sedutora. O tempo vai transcorrendo na mansuetude das viagens de prazer, do joguinho de cartas com os amigos, das pescarias em pleno meio de semana, do sentar na frente da televisão, um filme atrás do outro, que nos mantém prisioneiros, por horas intermináveis, no sedentarismo que vai sutilmente penetrando em nossas vidas.
Ora! Dirão as pessoas "Temos o direito a tudo isso, pois cumprimos a nossa missão!"
Sem dúvida alguma que sim. Mas diante dessa nova perspectiva de vida de aumento de longevidade, quando nos afastamos do nosso meio profissional, ainda temos pela frente 20, 30 anos senão mais, que quando vividos adequadamente, trazem uma maturidade saudável, tanto do ponto de vista físico quanto do mental e do espiritual.
Diante do exposto acima, cabe aqui uma reflexão sobre o que é ser aposentado em nosso país. Será que estamos realmente criando uma imagem positiva em nosso ambiente familiar e social? Ou estamos vivenciando o ser inativo no sentido estrito da palavra?
Acredito que devemos reagir para mudar esse conceito de que a aposentadoria é sinônimo de alienação e de dependência negativa. Há muito que fazer em um país como o nosso carente em todos os setores. A força jovem, inteiramente absorvida com os seus estudos ou com o trabalho em tempo integral, não pode se dedicar a determinados setores da sociedade que necessitam de voluntários para desenvolver em pessoas, dessa comunidade, conhecimento de suas habilidades para que possam se integrar plenamente no exercício das suas cidadanias.
Podemos ressaltar, entre outros, o problema do analfabetismo por ser o mais cruel, pois mantém o indivíduo ignorante do seu contexto social, dos seus direitos e obrigações sem os quais ele não consegue buscar sequer um mínimo de condições para sobrevivência e para conservar a sua dignidade.
Estamos falando aqui de dedicação, e de doar um pouco do nosso tempo livre, contribuindo, assim, de uma maneira eficaz para criar oportunidades de educação para aqueles que não a tiveram no momento oportuno por diversas razões. Beneficia-se com isso o aposentado e aquele que necessita do seu serviço voluntário.
Existem inúmeras outras atividades, tais como, orientação de pessoas nos postos de saúde, palestras educativas para grupos de terceira idade, orientação de jovens em serviços públicos, enfim um dizer para toda a comunidade que estamos, sim, presentes, e que podemos descansar de uma forma gratificante doando sempre um pouco de nós.
A resposta para essa indagação envolve tantos aspectos pessoais, sociais, financeiros e emocionais, que muitas vezes nos sentimos perplexos e incapazes de gerir a nossa própria vida. Dentro desse novo contexto teremos que rever os nossos valores, atribuir uma nova dimensão ao nosso tempo diário, reformular as nossas inter-relações sociais em outros grupos de convivência, e transformar até a estrutura de nossa linguagem, mudando palavras relacionadas com o nosso âmbito profissional, que por não serem mais usadas acabam se perdendo dentro do nosso arquivo de memória.
Existe um desamparo na aposentadoria. Um fechar de portas, suave, uma delicadeza no dizer que devemos nos divertir como forma de compensar a não-produtividade e a ausência de engajamento no mercado de trabalho. Os que permanecem na ativa nos olham e exclamam com uma pontinha de inveja "Ah! O meu dia vai chegar!"
Essa aposentadoria que na maioria das vezes é voluntária é vivida no início como uma crise proveniente, sobretudo, do medo do isolamento social. Com o passar do tempo e paulatinamente, esse momento negativo é substituído pelo pensamento que o trabalho sistemático não é a única forma de viver, e que poderemos realizar os nossos planos interiores, adormecidos por tantos anos, embalados pela esperança de serem concretizados.
Não é fácil a tarefa de vivenciar esses sonhos. A eles se contrapõem a vontade de fazer nada, o deixar ficar na preguiça gostosa do dia-a-dia, o acostumar da liberdade traiçoeira e sedutora. O tempo vai transcorrendo na mansuetude das viagens de prazer, do joguinho de cartas com os amigos, das pescarias em pleno meio de semana, do sentar na frente da televisão, um filme atrás do outro, que nos mantém prisioneiros, por horas intermináveis, no sedentarismo que vai sutilmente penetrando em nossas vidas.
Ora! Dirão as pessoas "Temos o direito a tudo isso, pois cumprimos a nossa missão!"
Sem dúvida alguma que sim. Mas diante dessa nova perspectiva de vida de aumento de longevidade, quando nos afastamos do nosso meio profissional, ainda temos pela frente 20, 30 anos senão mais, que quando vividos adequadamente, trazem uma maturidade saudável, tanto do ponto de vista físico quanto do mental e do espiritual.
Diante do exposto acima, cabe aqui uma reflexão sobre o que é ser aposentado em nosso país. Será que estamos realmente criando uma imagem positiva em nosso ambiente familiar e social? Ou estamos vivenciando o ser inativo no sentido estrito da palavra?
Acredito que devemos reagir para mudar esse conceito de que a aposentadoria é sinônimo de alienação e de dependência negativa. Há muito que fazer em um país como o nosso carente em todos os setores. A força jovem, inteiramente absorvida com os seus estudos ou com o trabalho em tempo integral, não pode se dedicar a determinados setores da sociedade que necessitam de voluntários para desenvolver em pessoas, dessa comunidade, conhecimento de suas habilidades para que possam se integrar plenamente no exercício das suas cidadanias.
Podemos ressaltar, entre outros, o problema do analfabetismo por ser o mais cruel, pois mantém o indivíduo ignorante do seu contexto social, dos seus direitos e obrigações sem os quais ele não consegue buscar sequer um mínimo de condições para sobrevivência e para conservar a sua dignidade.
Estamos falando aqui de dedicação, e de doar um pouco do nosso tempo livre, contribuindo, assim, de uma maneira eficaz para criar oportunidades de educação para aqueles que não a tiveram no momento oportuno por diversas razões. Beneficia-se com isso o aposentado e aquele que necessita do seu serviço voluntário.
Existem inúmeras outras atividades, tais como, orientação de pessoas nos postos de saúde, palestras educativas para grupos de terceira idade, orientação de jovens em serviços públicos, enfim um dizer para toda a comunidade que estamos, sim, presentes, e que podemos descansar de uma forma gratificante doando sempre um pouco de nós.