"Naqueles Dias"

Fim de noite desta terça-feira, dia 26, felizmente a gripe amainou um pouco e idem a tosse: além disso a asma está sob controle. Não assiti aos noticiários, preferi ficar lendo o romance "A Incendiária", de Sthephen King, batendo papo com conhecidos e ouvindo um pendrive de MPB. Garanto que não ´perdi grande coisa. Mas também dei uma lida nos ecritos do RL, e cada vez fico mais admirado com a qualidade dos escritos. A maioria superiores aos meus, muito superiores, juro. Vou confessar algo: fico com uma inveja danada das hermans e hermanos, mas uma inveja sadia. Palavra de honra. Mas vamos à maltraçada deste fina de noite. Nada de política.

É verdade que hoje não há repressão aos homessexuais, existe apenas um resquício de preconceito. Nada comprado com o que havia no passado.

No entanto, mesmo em meio à repressão e preconceitp, no passado havia homosssexuais que se assumiam e, pasmem, alguns eram marca registrada da cidade. Um desses, em Arcoverde, a chamada capital do sertão pernambucano, foi o saudoso Luiz de Ginu (nunca soube seu nome todo, o Ginu era o apelido da mãe dele).

Era um sujeito alfo, forte e que só andava se requebrando. Lavava carros na frente do Hotel Majestic. Era a alegria do local, cantava muito a música Babalu, o grande suceswso de Ângela Maria. Ninguém mexia com ele, em part porque era fort3e, mas tambem porque era alegre e respeitava os mais velhos. Fazia o pessoal rir.

Luiz era muito brincalhão, oseu problema era a cachaça, beba até cair. Morreu de tanto beber. Bom, havia na cidade um senadinho, um griupo de gozadores que se reunia à noite nos batentes da prefeitura. Numa das sessões bolaram (eu estava no meio mas apenas coadjuvante) envolvendo Luiz de Ginu. Um dia à noitinha, coisa de sete horas da noite, cjhamaram Luiz e explicaram a ele o plano, a gozação. Ele riu e aceitou a "incumbência". O local onde se reuniam à noite os notáveis da cidade, juiz, prefeito, os dois ados da política e às vezes até o padre era a Pharmácia Oswaldo Cruz (com ph) de Forismundo Oliveira, o homem mais calo do mundo, um gentleman, incapaz de alterar a voz, educadísso. Por reunir adversários, que sentavam nos bancos da farmácia e ninguém discutir politica, a sua farmácia era apelida de a ONU de Arcoverde.

Pois bem, estavam todos ouvindo a Voz do Brasil e conversando amenidades quando Luiz de Ginu adentou no recinto requebrando e cantarrolando Babalu, os notáveis ficaram logo chateados, o sujeito estava atrapalhando o serão deles. O proprietário foi até o balcão e perguntou o que Luiz queria. Ele disse bem alto:

- Seu Floris, eu quero um pacote de Modess porque estou naqueles dias!

Ninguem aguentou, nem os notáveis e nem a gente que estava ana porta apreciando a cena. Seu Florismundo calmamente disse: - Onde jaa se viu?, que cabrinha mais ousado e atrevido. Mas também riu. No outro dia comentou-se muito a presepada. Era um tempo mais ameno, marcado por tipos populares. Ah, que saudade do passado. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 26/02/2019
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