MAL MAIOR, MAL MENOR.
Aristóteles era taxativo, os homens são realmente bons de uma só forma, com única postura, mas podem ser maus de muitas formas.
O mal não se define com forma precisa, aparece vestido de variadas roupagens, tem urdiduras, espreita sempre, trama engenhos, esquadrinha o bote, é covarde, medroso e se pensa valente, sombrio e indeterminado, este seu conceito basilar, indeterminação.
Não somos quase sempre o que pensamos ser, fosse assim, na sociedade qualquer um seria o que pretende ser. Não é assim, há uma jornada a ser seguida, com esforço, luta, trabalho, estudo e mérito se houver. Assim se conquista ou não seu espaço.
Só se pode ser certo de uma forma, é gênero sem espécies, sendo liso, linear, correto, honesto, probo, transparente em conduta, gestos e atitudes. É tudo um. Uma verdade decorrente da certeza determinada. Isso não está no terreno da suposição, mas no âmbito da certeza, centro nuclear da lógica.
Se há configuração de dificuldade para deliberar com virtude, corretamente, ensina Aristóteles, a máxima cabeça em lógica de todos os tempos, deve ser escolhido o mal menor em vez do maior. É bem o que vivemos, retrato claro, basta olhar a Venezuela.
Nessa esteira, desse passo, concordam Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino. Os sábios fazem suas escolhas atentos a esse aspecto.
Não posso me inclinar para um mal que já conheço se há uma possibilidade de mal menor, ou mesmo de nenhum mal em fato que desconheço e se constrói.
Agir no limite mostra atitudes sábias nesse sentido, ou seja, a escolha do mal menor em vez do maior. É questão de inteligência mínima descartar o mal que já conheço. Contrariar a evidência é o maior mal. Não se chega a nada claro quando o escuro se mostra e queremos nele permanecer.
A educação sobre valores é sempre possível e necessária, a natureza não é suficiente para fazer do homem um ser de plenitude, está quase sempre fechado ao aprimoramento. Aristóteles de sua formidável doutrina expõe que não há humano bom somente por natureza. Haveria homem mau por natureza? Logicamente não. Se não somos maus por natureza não podemos por sentimento de justiça nos inclinarmos para o que é mau.