"AND THE OSCAR GOES TO"
(Por Érica Cinara Santos)
A célebre frase dita repetidas vezes durante as festejadas noites da premiação mais badalada do cinema mundial traz, neste ano, uma mensagem muito marcante e promissora.
Ao analisar as indicações e premiações da edição 2019 do Oscar, é possível observar indícios significativos de evolução sendo finalmente assimilados por aquela pequena parcela da 7ª arte, a que é produzida para alcançar o grande público e que, pelos mais diversos critérios (os quais não se conhece com clareza) recebe as ditas indicações.
Ver filmes como “The Green book: o guia”, que conta a história de uma sincera amizade nascida entre um motorista racista e um músico negro; “Roma”, um filme mexicano, que fala sobre o universo de uma empregada doméstica indígena; “Bohemian Rhapsody”, que conta a trajetória do vocalista assumidamente gay de uma expressiva banda de rock; sem falar nas premiações técnicas dadas ao filme “Pantera Negra”, que trata sobre uma civilização negra extremamente avançada, que se põe a ajudar o resto do planeta compartilhando toda sua superioridade tecnológica, intelectual e moral, tudo isso faz-nos crer que, mesmo sob um ritmo desapressado, a humanidade está caminhando rumo a um pensamento e posicionamento mais civilizados sobre si mesma.
Ainda que persistam resistências para a mudança do pensamento da coletividade de um modo geral, e ainda que, em se tratando do tema em questão, o que aparentemente esteja mudando seja apenas o olhar da "Academia Holywoodiana" de cinema, eis que a 7ª arte em sua essência nunca acolheu o preconceito, ainda assim isso deve ser celebrado.
O que se deve focar aqui é na compreensão da direção dessas mudanças e desse olhar. Eis que, entender as diferenças sem juízos de valor; entender que todos estamos aqui para fazer da diversidade um meio de crescimento e não de separação, são horizontes que estamos todos buscando alcançar.
A arte sempre foi uma belíssima e suave ferramenta para se tocar as almas dispostas a apreciá-la.
Não que se tome o Oscar como a chancela máxima para filmes, atores, diretores, roteiristas...etc, sabemos claramente que não o é! Mas, a julgar pelas estatuetas distribuídas este ano, essa pequena parcela do universo cinematográfico tem dado a sua contribuição para a já citada necessária evolução.
Espera-se que cada vez mais todas as artes possam fazer o seu papel, e tocar todas as almas em favor de um mundo efetivamente para TODOS.