Ah, a mulher

Ah a mulher! Fonte inspiradora para lindos poemas, por vezes comparada as mais belas flores, considerada forte pelo fato de ser a geradora da espécie humana, batalhando sempre pra ser linda e poderosa, permanecendo na dúvida se é fada ou bruxa..

Será que mulher tanto é mulher que até no cuidado com sua saúde é mais mulher do que o macho é macho-alfa?

Claro que às vezes a mulher corre tanto pelos outros que acaba esquecendo-se dos exames de rotina. No meu caso, foram só cinco anos, mas o bichinho da consciência fica alertando que é preciso ir ao ginecologista, então...

A ginecologista, especialista das partes intimas da mulher, aquela que nos faz perguntas, nos põe na posição básica de mulher, para colher material (Papanicolau), nos apalpa e prescreve os exames específicos (ecografias e a famigerada mamografia), mas tudo pela saúde, partimos pra próxima etapa.

A clínica especializada, lugar agradavel, cheio de moças atenciosas, com a mulherada agindo de formas diferentes: umas caladas, sem troca de olhares, outras tagalerando sobre seus porques e aquelas que olham revistas trocando as páginas de um jeito que deixam claro a falta da leitura. A clínica onde ficamos sem nossas roupinhas, colocamos um avental aberto na frente e começamos nossa “via crusis”. Passamos por várias salinhas, todas geladas, onde moças simpáticas nos recepcionam sorrindo e depois nos colocam nas várias máquinas eletrônicas (nenhuma boazinha nem simpática) que nos veem por dentro.

Esses momentos na clínica especializada, por vezes, me deixam ansiosa, pois parece que as mocinhas bonitinhas esqueceram-se de mim nos vestiários, onde estou só com aquele aventalzinho aberto na frente ou nas salas de exames, onde estou numa maca minúscula, geralmente com pouca luminosidade (teve dia que até ronquei) e sem noção de tempo. Mas, pra mim, o pior mesmo é o tal do gel utilizado nos aparelhos de ecografia. Alguns técnicos utilizam gel morninho, já outros, espirram gel na temperatura normal, ou seja, gelado mesmo. Acabado o exame o técnico entrega um rolo de papel-toalha me deixando ali totalmente lambuzada em gel, dizendo: - a senhora pode ficar a vontade (se limpando) e depois já pode se vestir. Acaba que nunca da pra saber se saiu todo gel do meu corpo e me visto assim mesmo. É uma situação!

As mocinhas bonitinhas e simpáticas nos dão tchau e a gente vai embora com a sensação do dever cumprido e a pulga atrás da orelha sobre os resultados dos exames, mas como mulher é mulher, seja qual for o resultado a gente enfrenta de frente.

Falando nisso me surge uma questão: será que sou só mulher, sou só feminina ou sou só feminista?

Ah, pra mim, mulher é mulher e pontoh

Tânia França
Enviado por Tânia França em 22/02/2019
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