MUDANDO ROTEIROS ENCRENCADOS
Mudar o nosso comportamento talvez seja o maior desafio de todos. Repetimos as mesmas coisas, inclusive as chatas, porque é mais fácil percorrer caminhos conhecidos, mesmo que nos façam extremo mal. Se aventurar por novos chãos dá medo, dúvida e abre o leque pra possibilidades imprevisíveis. Mas a voz interior não se cansa de sugerir e até exigir a tal mudança. Ela pode ocorrer de dois tipos. De um jeito radical, virando tudo do avesso, de forma rápida, só que assim correrá o risco de não passar de mero fogo de palha. Daí volta à forma original com a mesma celeridade com que empreendeu a mudança. Ou devagar, pedaço a pedaço, por menor que seja, mas de um jeito sedimentado, arrematado. Eu tenho escolhido a opção 2. Confesso que experimentar e constatar esses novos cenários é delicioso e dá prazer danado. De vez em quando acontece uma recaída, faz parte, mas depois volta a vigorar o que se pretendia. Recaídas servem pra testar se é isso mesmo que desejamos, uma certa "prova de autenticidade" daquilo que nos propusemos a mexer e melhorar na nossa vida. Tudo é possível corrigir pra acertar o prumo na nossa história. Metas mais complexas, que exigem alterar múltiplas engrenagens, dão mais mais trabalho e farão uso de mais paciência e resiliência. Mas serão atingidas no seu tempo. Pode acreditar. E não precisamos anunciar em megafone o que estiver rolando: é um movimento particular, interno, confidencial, que só a gente monitora e afere os resultados. O entorno vai acabar notando que algumas coisas estão diferentes. Pode até não verbalizar isso na hora, mas não deixará de identificar que as peças do jogo estão em novo lugar. E, quando quiser, vai sinalizar que reconhece nosso efetivo esforço de mudança, aplaudindo de pé a atitude concreta. Experimente você também alterar coisas que perturbam, que atrapalham sua caminhada, que prejudicam sua vida. Todos nós somos capazes e merecemos mudar roteiros encrencados e ter uma caminhada mais tranquila, em paz e feliz. Enormemente feliz.