O Poeta Sniper
O Poeta não usa arma de fogo. A sua arma é a palavra com um bom silenciador para não fazer barulho. Uma arma que não mata, a não ser de amor. O poeta quando ama, a sua munição tem o maior dos calibres. Sua arma é a mais sensível e de maior alcance de todas inventadas pelo homem. O poeta “sniper”, só atira na direção certa, no seu alvo certo, e quando atira é para matar de amor o coração dono dos seus versos, da sua poesia, do seu tesouro, da sua riqueza. A maior riqueza de um poeta é o amor da mulher musa inspiradora que dá o alimento a sua alma, que despertou seu coração, até então solitário. O poeta, nos tempos de outrora eu diria que seus versos eram flechadas de um cupido que tinha um destino, um coração semelhante e atraente ao seu. Hoje, o poeta não dá flechada mais, hoje o poeta é um “sniper”, um atirador de elite. Ele atira sim, mas ele quando ama só tem um alvo, a mulher dona da sua poesia, e apenas uma finalidade matá-la de amor. O poeta contemporâneo de hoje, não é um arqueiro, as armas evoluíram. Hoje o poeta, é um “sniper”, um exímio atirador fiel a sua musa inspiradora.
O poeta quando ama, não sai atirando por ai, mesmo quando ele está sozinho, porque ele quer que a poesia dele se mantém exclusiva, verdadeira e imortal. O poeta quando ama, ele é fiel a protagonista dos seus versos, ele não ama personagens coadjuvantes, porque o amor dele não é uma ficção. O poeta quando ama, ele é o arquiteto, o cinegrafista, o produtor, o diretor, e o roteirista da sua história de amor, do seu longa, que pode ser um curta metragem também. O poeta fiel a sua poesia, dirige a linguagem cinematográfica do romance no qual ele também é protagonista, porque só ele sabe como ela é verdadeira e inédita.