E se viu ali, sem eira nem beira, à espera de uma resposta para uma pergunta que a vida insistia em lhe fazer, mas estava insegura para responder.
Dúvida cruel, conflito. Clamou a Deus! Mas parecia não entender os seus sinais;
Tentou uma prece, mas a mente estava atordoada e as imagens iam vindo, uma a uma, invadindo o espaço vazio que precisava para plantar alguma esperança;
Ligou para uma amiga, mas estava ocupada e não podia ouvir e nem sentir a sua angústia;
Ligou a tv, mas a programação trazia tragédia, violência e corrupção tudo junto e misturado sendo gotejado como cena de crime de tortura, aberta ao público;
Pegou o celular e conferiu os grupos de wattsapp na pretensão de encontrar apenas uma palavra que lhe devolvesse a segurança, mas nada;
Na caixa de emails uma pausa: preciso descredenciar minha conta para tantas lojas virtuais, nada pessoal;
No Facebook, enfim, a ficha caiu: Tanta gente feliz, tanta declaração de amor, tanta gente bonita e realizada, tantos comentaristas, tantas curtidas, tantas reações, mas ela continuava vazia, porque carecia de uma palavra.
Fechou tudo! E se fechou.
E continua a esperar uma palavra, uma frase, uma oração.
Mas vive de expectativas, essa menina! Quem sabe?