Síndrome de Shakespeare
Eles virão me buscar e espero que demorem até o apocalipse... (no quarto do hospital).
A maca desliza barulhenta pelo corredor, vejo as luzes que vão chegando e indo embora e penso que talvez este corredor seja tão grande que desistam no caminho... (no corredor do hospital).
Dou de cara com uma imagem religiosa, e eu peço a todos, todos os santos que me protejam e que façam o pequeno milagre de não permitir que a porta se abra... (em frente ao elevador).
Lá vem um médico e tenho certeza que ele irá me dizer que descobriram a cura para todas as doenças, não dou muita sorte, é o anestesista. Que os deuses guiem suas mãos, deuses, orixás, orixás, deuses...(na sala de preparação para cirurgia). Ele pergunta calmamente o que pode fazer por mim, para que eu me sinta melhor, penso que se ele deitasse no meu lugar e passasse pelo que passarei e resolvesse meu problema, já seria uma boa coisa, mas é claro, eu quero o impossível...(já na sala de cirurgia, ainda lembro de Odair José).
Abrem meus braços como se eu fosse um cristo e exatamente ali admito que se a humanidade dependesse de mim, estaria perdida... Eu não alcanço nem as palavras nem as escolhas de Jesus, o Cristo, por isso peço perdão aos dois ladrões, o bom e o mau...Minha humanidade faz com que eu me agarre desesperadamente a todas e quaisquer possibilidades. Aquele homem vem em busca de uma veia com a mesma ânsia de um vampiro, claro! No que poderia pensar naquele momento?...(na mesa de cirurgia).
Há um corredor enorme e meus ouvidos que viraram uma arma de guerra, escutam cada som que vem dali e dentro do meu coração sei quando quem chega é o médico que terá minha vida em suas mão por alguns segundos... (na mesa de cirurgia, quase fazendo um pacto com o capeta).
Naquele estado desesperador penso que seria melhor mesmo morrer, houve um grande caminho para chegar ali no limite. Pensamentos misturam-se as cores das luzes que acendem sobre mim. No instante que abro os olhos a primeira palavra que me vem é: NÃO! Eu não quero morrer ainda não, e tenho minhas dúvidas se um dia irei crer que chegou o tal do momento... (no pós-operatório)
Esta coisa de dizer que se quer morrer, a gente só diz quando está bem longe, muito longe de estar doente, mesmo que a doença seja um resfriado; na hora que o bicho pega, ah! Eu vi gente se mijando de medo, ah, se vi!!!
Eles virão me buscar e espero que demorem até o apocalipse... (no quarto do hospital).
A maca desliza barulhenta pelo corredor, vejo as luzes que vão chegando e indo embora e penso que talvez este corredor seja tão grande que desistam no caminho... (no corredor do hospital).
Dou de cara com uma imagem religiosa, e eu peço a todos, todos os santos que me protejam e que façam o pequeno milagre de não permitir que a porta se abra... (em frente ao elevador).
Lá vem um médico e tenho certeza que ele irá me dizer que descobriram a cura para todas as doenças, não dou muita sorte, é o anestesista. Que os deuses guiem suas mãos, deuses, orixás, orixás, deuses...(na sala de preparação para cirurgia). Ele pergunta calmamente o que pode fazer por mim, para que eu me sinta melhor, penso que se ele deitasse no meu lugar e passasse pelo que passarei e resolvesse meu problema, já seria uma boa coisa, mas é claro, eu quero o impossível...(já na sala de cirurgia, ainda lembro de Odair José).
Abrem meus braços como se eu fosse um cristo e exatamente ali admito que se a humanidade dependesse de mim, estaria perdida... Eu não alcanço nem as palavras nem as escolhas de Jesus, o Cristo, por isso peço perdão aos dois ladrões, o bom e o mau...Minha humanidade faz com que eu me agarre desesperadamente a todas e quaisquer possibilidades. Aquele homem vem em busca de uma veia com a mesma ânsia de um vampiro, claro! No que poderia pensar naquele momento?...(na mesa de cirurgia).
Há um corredor enorme e meus ouvidos que viraram uma arma de guerra, escutam cada som que vem dali e dentro do meu coração sei quando quem chega é o médico que terá minha vida em suas mão por alguns segundos... (na mesa de cirurgia, quase fazendo um pacto com o capeta).
Naquele estado desesperador penso que seria melhor mesmo morrer, houve um grande caminho para chegar ali no limite. Pensamentos misturam-se as cores das luzes que acendem sobre mim. No instante que abro os olhos a primeira palavra que me vem é: NÃO! Eu não quero morrer ainda não, e tenho minhas dúvidas se um dia irei crer que chegou o tal do momento... (no pós-operatório)
Esta coisa de dizer que se quer morrer, a gente só diz quando está bem longe, muito longe de estar doente, mesmo que a doença seja um resfriado; na hora que o bicho pega, ah! Eu vi gente se mijando de medo, ah, se vi!!!