BRASIL, PENSANDO E PESANDO...

1. Economia, bancos, e até mineradoras:

Amoedo e Paulo Guedes representam interesse de grandes grupos, principalmente bancos, os quais foram enormemente beneficiados nos governos Dilma e Lula. Vemos agora que as mineradoras também se fazem valer em quaisquer governos, em nome do capital internacional. Nossas riquezas naturais, como sempre, sucateadas. O lucro é tanto que preferem optar em pagar os prejuízos causados ao meio-ambiente, às propriedades e às vidas humanas, do que investir em segurança e prevenção. Os bancos, com juros acima de 12%, mantém grande parte da população trabalhando para lhes pagar os "serviços". De outro lado, o governo também pega o seu quinhão, arrecadando suas taxas e impostos. Se Deus dá o frio conforme o cobertor, este cobertor está pequeno para o nosso povo, que só consegue sobreviver por malabarismos, inadimplências e se submetendo a humilhações.

2. Agora, a Previdência na pauta:

Este projeto da Previdência, necessário, deve ser bem discutido e elaborado antes de sua aprovação. Não é colocando para trabalhar 40 anos que se vai resolver a "presumível" distorção em futuro próximo. Deveria ser, devido às atuais condições de tecnologia, que nos permitem produzir mais e trabalhar menos, reduzida para uns 25 anos, por exemplo, uma aposentadoria plena. Quem quisesse trabalhar mais, poderia ter um "plus", ou mesmo prêmio e incentivo, para transferência de conhecimento e experiência aos mais novos.

Não é dentro do balaio que está a multiplicação dos peixes. Deixemos o "milagre" de lado, temos que continuar pescando e sair da linha para a tarrafa para encher os balaios.

3. Produção sustentável:

"Quem trabalha não tem tempo para ficar rico", diz o adágio popular. O governo também deveria aprender que trabalhar menos com mais produção, gera um conforto e qualidade de vida para todos, gerando uma arrecadação sustentável. Nesse sustentável, sugiro que se enquadrem os bancos e as mineradoras, baixando o facho de suas ganâncias, arrogâncias e pretensões de passarem por cima de tudo e de todos em nome do capitalismo selvagem.

4. Pela causa:

De imediato, como sugestão ao projeto em pauta:

a) negociação das dívidas com as empresas inadimplentes;

b) estimular a construção civil, abrindo obras de infraestrutura;

c) fomentar a abertura de empresas que gerem emprego;

d) esclarecer aos trabalhadores da mão de obra do mercado informal sobre os benefícios da Previdência;

e) Diminuir ou restringir a "fábrica" de diplomas das faculdades e estimular cursos profissionalizantes e técnicos;

f) Incentivar os programas do Menor Aprendiz e dos Centros de Integração Empresa-Escola;

g) Diminuir a idade para os jovens começarem a trabalhar na formalidade;

h) Enxugar, reorganiza e colocar para funcionar o "Sistema S".

Esta é uma lista razoável, que pode ser discutida e ampliada. Mas, no meu entender, a solução definitiva só virá a longo prazo, com investimento no ensino de base com a qualidade necessária à criação de uma nova cultura. Se não se der o início agora, nem esse longo prazo teremos. Seremos sempre a terra do porvir, a terra do nunca, a terra da desesperança, ou, talvez, a terra do desespero...

No momento somos: A Terra dos Despreparados!

Armand de Saint Igarapery - textos no Face e no Recanto das Letras

(Também em livro: "SAÍ DO FACE - Peguei a tangente à direita")