Sobre a efemeridade das coisas
Sobre a efemeridade das coisas, eu tenho a dizer...
Quão efêmera é uma tarde de domingo.
Quão passageiro é um beijo bem beijado,
Aqueles beijos que a língua passa entre os lábios.
As coisas são breves. Tão breves e leves,
Que ao menor dos ventos se vão.
Quão passageiras as coisas são...
As coisas não têm peso. Não tem o peso de ficar.
Ninguém se atreve a colocar o peso do sentimento, da intensidade...
Ao menor sinal de um – “eu quero ficar” – as coisas, as pessoas, se vão.
Quão efêmera as coisas são...
Um mês, dois meses, três...
Um ano, um segundo, tanto faz, tanto fez
Nove meses, dois anos, seis
Seu emprego, a faculdade, a escola
Seu marido, seu filho, seu namorado
Seu pai, sua mãe e seus irmãos
Seus colegas, amigos, tudo se vai, todos se vão
Deus não!
Você não!
A gente não!
Porque não dá para ser efêmero o que somos
Por que é a efemeridade das coisas que nos fazem ser o que somos.
Quão efêmera as coisas são.
Vai leva apenas alguns segundos a sensação dessa poesia que eu escrevi enquanto tomava uma xícara de café.