O PROCESSO CRÍTICO. RELEVÂNCIA.

“Boa tarde, desculpe a invasão, só passei para pedir sua opinião, sobre meus pensamentos com relação à crítica. "Criticar é o ato de mostrar a imperfeição de alguém que com alegria, tem motivos para caminhar atrás da perfeição mesmo sabendo que está distante de nós seres humanos." "Quem nunca foi criticado, corre o risco de se achar perfeito demais e por isso não encontraria motivos para melhorar mais ainda. Com carinho Angélica.”

Manifestação de Angélica Gouveia, a mim enviada, para artigo meu nominado “Crítica Em Gênero. Crítica Literária." Creio ter relevância o assunto nos dias atuais e sempre.

Respondi:

Angelica, é um prazer desfrutar de seu convívio, nada de invasão existe na troca de ideias, ao revés, inserido também resulta, na interlocução, o processo crítico, sempre proveitoso.

Respondo a sua indagação sobre se criticar é “ato de mostrar a imperfeição de alguém que com alegria, tem motivos para caminhar atrás da perfeição mesmo sabendo que esta distante de nós seres humanos”, com a manifestação já colocada, que:

“Para se afastar do erro, o espírito (conhecimento educacional) há de estar treinado para a absorção. Sem a aceitação da crítica o mergulho na abissal incultura se aproximará velozmente e não haverá saída de forma alguma do obscurantismo. É, pois, questão de escolha.”

É isso Angelica, para caminharmos aprendendo, já que o “sei que nada sei” socrático deve ser nossa máxima escola e exclusiva verdade, precisamos de humildade. Para “absorver” a crítica respeitosa, impõe-se a humildade. A tanto se dirigiu o artigo. Muitos que sequer “absorveram” os princípios dogmáticos da crítica, pretendem criticar sem somar, até porque nem mesmo o veículo da crítica literária, a língua, conhecem satisfatoriamente, simplesmente enganam. Temos assim a indesejada crítica, a que fere sem fronteiras, quer sempre enfrentamento, nunca aprender, sob o manto do desrespeito, sempre escorada na inveja, um dos mais torpes pecados capitais. Essa espécie de crítica devemos relegar à indiferença, pois devemos dar importância ao que é importante, e nada que tem em mira subtrair, diminuir, pode figurar como mérito, relevo, importância. Essa é a crítica estruturada na disfunção, por não ter condições de aprender tenta agredir, permanentemente.

Os que buscam denegrir, mesmo sob sofisma, e isso muito se vê, tem origem na baixeza em que se formaram essas personalidades menores.

Como disse e acresço, a crítica é o valor pensante mais alto da dogmática, por isso, sempre e sempre, construindo o sadio pensamento, tem origem e é egressa da nobreza de caráter.

Sem a crítica o pensamento e suas conquistas não estariam onde estão, com todas suas setas atiradas para o futuro da humanidade. Com a crítica, a genialidade de Kant, em sua notável didática, mudou o mundo. Sem ele o processo crítico não teria inaugurado a nova e moderna filosofia construtiva e seus alicerces,que mesmo gigantes, ainda seriam socráticos, aristotélicos e platônicos, para só ficar na tríade maior dos clássicos.

Essas grandes vigas clássicas que de forma alguma foram afastadas pelo Kantismo, se aperfeiçoaram ao lado dos seguimentos, aproximados pela ideia, “pensar a ideia”, notáveis e novos caminhos, como por exemplo, “pensar Deus” e a liberdade, esta que tanto influenciou politicamente a humanidade.

Nessa esteira deve ser dogma da inteligência fazer crítica e estar aberto à crítica. Quem assim não se posicionar está fadado à estagnação no estamento cerebral.

“A crítica se faz pelo elogio e pela reprovação, sob várias roupagens, algumas formais outras não.”, como afirmei. A crítica não visa destruir, mas construir, e o faz reprovando e indicando o caminho, havendo autoridade para tanto, bem como elogiando e direcionando mesmo dentro do elogio. É um processo científico dos mais complexos.

Não houvesse crítica, o ser humano não teria ultrapassado os pórticos da insciência para alcançar seu desenvolvimento como pessoa fazendo a cultura dos povos. A crítica é o arauto das grandes inteligências que foram alicerces da formação do pensamento humano culto e do progresso em geral. Sem a crítica, o homem não estaria no atual plano do conhecimento, o grupo não teria feito conquistas saindo da mera sobrevivência para a organicidade.

MAS A CRÍTICA DEVE LIMITAR-SE AO RESPEITO À INDIVIDUALIDADE, SEMPRE, A CRÍTICA SÉRIA E CONSTRUTIVA.

Ao mesmo tempo, seja qual for o tom da crítica, ela deve ser respondida, tanto no campo intelectual como no da civilidade, neste, a desenhar parâmetros a serem exercidos desejáveis. Deve individuar o que se critica e obviamente a quem. Nada de genérico há de sobressair quando a crítica se dirige à edificação de teses e do pensamento construtivo.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 13/02/2019
Reeditado em 13/02/2019
Código do texto: T6573534
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