A DEMOCRACIA DO UNIFORME EM CORES
Lá pelo início dos anos 1970, quando iniciei o ginásio, o uniforme era calça e sapato, pretos, camisa branca e blusão verde, estilo EUA, com uma letra enorme no peito.
No início da segunda série, passou a ser, sapato preto, calça cinza clara, com xadrez azul ultramar e camisa rosa.
Do berreiro, a camisa virou salmão.
Quem já era continuou, que não era também continuou, alguns enganadores, só desabrocharam muito depois.
Se rosa ou salmão, não me interessava, nem me preocupava. O meu problema era acomodar as duas mudas, que eu já tinha, pois a tolerância era de somente um ano.
O maior problema, para os miseráveis, era pagar o dobro, pelo tecido das calças, que era vendido somente numa loja, localizada na Lima e Silva. A tal loja mudou de endereço e sobreviveu aos anos.
Mais tarde um dos colegas, disse-me que suspeitava, que alguém levava uma beirada. Fofoca de adolescente, mas enfim.
Alvair apareceu com uma camisa rosa choque, mandaram-no embora. No outro dia, sob a argumentação da mão dele, ele passou a frequentar a escola com a tal camisa, para satisfação dos torturadores, travestidos de brincalhões. O azul ultramar, tornou-se preto ou azul celeste e até marrom.
Hoje, as escolas são festivais da moda, que entortam a cabeça dos menos favorecidos.