A VARIÁVEL ESQUECIDA
Embora muitos neguem incluindo vários dos atuais governantes mundiais é fato. As atividades dos seres humanos estão alterando o planeta no qual vivemos. Estamos diante de dilemas complicados. De repente, descobrimos que somos predadores do nosso próprio habitat. E talvez, a sobrevivência dependa do destruir.
Sem haver um confronto nuclear de grandes proporções, ou algum maluco que faça uso de armas químicas, não creio que a raça humana sozinha seja capaz de destruir o planeta provocando a própria extinção. Que a extinção acontecerá não resta a menor dúvida. Na equação da extinção muitas outras variáveis serão acrescidas.
Nossa passagem pelo planeta é fugaz. Geralmente hipnotizados pelas crenças que desembarcam no “milagre da criação”, acreditamos que o criador nos presenteou com um paraíso. Não nos damos conta que vivemos num lugar extremamente perigoso.
Demais preocupados com o nosso instinto de predadores, estamos se esquecendo de trazer uma variável esquecida para a equação. O planeta Terra geologicamente se assemelha a um ser vivo, e está em constante mutação. Isto não é uma teoria.
Quando o passado geológico do planeta é estudado, os humanos só estão presentes nos últimos 200 mil anos. É sabido, por exemplo, que a Terra já passou por cinco grandes glaciações. A primeira ocorreu há cerca de dois milhões de anos. A última batizada de “Glaciação de Wüm ocorreu a apenas 150 mil anos. Teoricamente para cada 10 mil anos de calor, há 90 mil anos de frio. Estaríamos próximos de uma nova “Era do gelo”.
Outro resultado da nossa passagem fugaz é crer que as localizações dos continentes nos mapas sempre foram desta forma. Grande engano. Há 200 milhões de anos, os continentes estavam todos unidos no que se conhece como “Pangeia”. E certamente daqui mais 200 milhões de anos, os continentes estarão em lugares diferentes de agora.
Outra certeza é a de que os humanos que estiverem aqui daqui algumas centenas de anos só saberão o que era uma ilha olhando fotos em museus, ou assistindo velhos documentários na TV. Os grandes desertos do continente africano não foram obra dos humanos, e se tem provas que muitos daqueles desertos eram mares no passado.
Nem se trata de se, mas de quando. Quando o vulcão do parque de Yellowstone entrar em erupção, alterará a vida no planeta de forma inimaginável. Em menor escala poderemos assumir o script dos dinossauros, e o planeta Terra mudará para sempre.
Apesar de predadores vorazes, jamais chegaremos perto da capacidade de destruição do planeta que chamamos de lar. A mesma máxima que serve para os impérios, se aplica as espécies que aqui habitam. Nenhuma sobreviverá. Nem o planeta. Num futuro ainda mais distante será torrado e engolido pelo Sol. O “paraíso” será um inferno vazio.