O CARO DO BARATO

Como a nossa língua é diversa. Podemos dar vários significados a estes dois vocábulos.

Caro, pode ser algo de muito valor ou algo muito querido, aliás na mesma direção, estes dois significados. Podemos dizer em alto e bom som “isto está muito caro" e “meu caro amigo" quase que sussurrando, mas nas duas situações, embora não sejam antagônicas, são diferentes.

E o “barato" também tem vários significados, menos o masculino de barata, isto está fora de cogitação. Barato, pode ser de “baixo valor", algo que não me interessa agora, mas pode ser também uma sensação, é dela que quero falar.

O homem sempre procurou o “barato”, depois de satisfazer suas necessidades mais básicas, como alimentação, moradia, ele ia atrás do “barato", nem sempre nesta ordem, podia ocorrer uma inversão.

Desde antes de Cristo já se falava do barato do vinho, aliás, não do vinho barato, mas do barato provocado pelo muito vinho. O que já constituía em pecado, as coisas boas engordam ou são pecaminosas.

Não é do meu conhecimento quando surgiu o barato do fumo, de uma boa cachimbada, preciso consultar meu guru, o Google, mas foi atrás deste barato que o homem encurtou um tanto suas vidas. Mais recentemente o barato da maconha, da cocaína, anfetaminas e tantos outros baratos.

Eu e amigos do clube da cachaça não gostamos do gosto da pinga, mas do barato que ela nos dá. Da transformação do estado de espírito, sensação do “não estou nem ai" para o que podem pensar de mim ou de nós. Sensação perigosa, não só para dirigir autos, mas para revelar ou deixar transparecer segredos de alcova.

No barato, o tímido fica ousado, o medroso corajoso. Quantas desgraças acontecem por isso?

Assim, meus caros amigos, “o barato pode sair caro”, muito mais caro do que podemos imaginar. Outro sentido para está expressão tão nossa conhecida.

Defranco
Enviado por Defranco em 09/02/2019
Código do texto: T6570763
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