NÃO CAIO NESSA

É bom não ficar alardeando. Mais dia, menos dia, caímos numa. Sempre é objeto de manchetes: mais outro golpe de bilhete premiado...O que será que acontece com a vítima? O golpista é boa pinta, fala bem, um artista, é difícil resistir. Difícil não acreditar nas vantagens que oferece. Os caixas dos bancos bem que poderiam contribuir para evitar esses golpes. Insistir junto ao cliente a respeito da finalidade do saque, alertar dos possíveis golpes ocorridos na praça...

Até hoje, só caí em dois golpes, aliás bem urdidos.

Após o expediente no BB, costumávamos reunir para tomar lanche e bater um papo. Certo dia, à tarde, apareceu um patrício – nikkei – vendendo cortes para ternos. Casimiras e linho 120, a preços bem convidativos. Sorridente, bem trajado, bom papo. Exigia parte do valor, pois teria que separar o tecido de uma peça maior. Vários colegas e eu compramos. Até hoje estamos esperando os tecidos...

Certa época foi manchete que estavam plantando tipos de árvore para extração da madeira, muda exportada do Japão, chamada kiri. Lá alcançava bom preço. Após sete anos podia ser abatida.

Também durante o café no BB, apareceu vendedor nikkei oferecendo investimento em uma empresa florestal do Paraná. Podíamos subscrever 100 até 500 árvores. Após aquele período eles se encarregariam de abatê-la e exportar para o Japão. O lucro era certo. Vários colegas e eu adquirimos algumas cotas.

Decorridos uns anos, resolvemos indagar à agência do BB sediada onde deveria estar a floresta do kiri para saber em que pé estava nosso capital. Riram da gente. Tínhamos caído no golpe...

Alias, em Guaiçara, plantaram muitos pés de kiri. Não se desenvolveram, ocasionando prejuízo ao plantador.

Yoshikuni
Enviado por Yoshikuni em 08/02/2019
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