O ESPERANTO: UMA LÍNGUA AUXILIAR - Crônica de Ialmar Pio Schneider - Por que aprender Esperanto ? É uma boa pergunta. Entre os prós e os contras, de minha parte, posiciono-me a favor. Não que considere a solução para o entendimento generalizado
O ESPERANTO: UMA LÍNGUA AUXILIAR
IALMAR PIO SCHNEIDER
Por que aprender Esperanto ? É uma boa pergunta. Entre os prós e os contras, de minha parte, posiciono-me a favor. Não que considere a solução para o entendimento generalizado de todas as nações, quanto à linguagem, mas porque poderá facilitar a comunicação universal dos seres humanos de boa vontade. Ainda mais agora com a difusão da Internet.
Já faz bastante tempo, mais de quarenta anos, que ouvi falar e sabia da existência do Esperanto, quando cursava o ginásio em Getúlio Vargas - RS, e iniciava o estudo das línguas: Latim, Francês (na primeira série) e Inglês a partir da (segunda série), além do Português, sempre o mais importante, não menosprezando as outras matérias. Devo dizer que os Trabalhos Manuais muito me ajudaram financeiramente naquela época, pois fabricava capelinhas que após coladas e lustradas, vendia aos meus conterrâneos da então Vila Sertão, distrito de Passo Fundo - RS, hoje município, para patrocinar minhas despesas extras (cinema, futebol, etc.). Mas até um sobretudo (casacão como se dizia) eu ajudei minha mãe a comprar com o produto destas tarefas, a fim de enfrentar o frio que era bastante intenso por aqueles tempos. Parece que a Terra esquentou de lá para cá, pois raramente se vê geada pelos campos (e eu que andava de pés descalços sobre ela, não tanto por necessidade, todavia por brincadeira, uma vez que possuía alpargatas). Desculpem-me essas reminiscências assaz particulares, que fogem um pouco da matéria, todavia, proporcionando-me uma certa nostalgia irremediável. Também em 1955, aos treze anos, havia me diplomado em datilografia no colégio das irmãs em Sertão, obtendo o 2º lugar em exame realizado pelo Ir. Cipriano, Marista de Getúlio Vargas, do Ginásio Cristo Rei daquela cidade, que seria meu professor de matemática depois, quando cursava o 6º ano primário, preparando-me pra o exame de admissão que existia naquela época. Outrossim, devo confessar que a datilografia em todo o tempo foi o que me amparou durante a vida, uma vez que trabalhava nas secretarias dos colégios em que estudava por ser bom datilógrafo e passei no lº concurso do Banco do Brasil S.A., aos dezoito anos, porque consegui 98 pontos na prova o que elevou minha média sobremaneira. Ainda tenho a dizer que era a informática de então, pois para qualquer emprego em escritório era exigida e até havia uma matéria no Curso Técnico em Contabilidade, que se chamava Mecanografia e que depois cursei em Soledade - RS, e o professor foi o Sr. Gilberto Arthur Brockstedt, funcionário da Receita Estadual, que depois viria a ser meu concunhado, pois eu me casaria com a Helena, irmã de sua esposa Glaura, e compadre deles, tendo batizado seu filho Glauberto, hoje médico em Caxias do Sul - RS. Vejo que a história se alongou para esse lado, fugindo do foco que era o Esperanto.
Esta língua, não obstante artificial, uma vez que foi lançada em 1887 pelo médico e poliglota polonês Dr. Lazar Ludwig Zamenhof, pode ser considerada viva e completa. Há poucos dias, aventurei-me a enfrentá-la e adquiri um manual: Esperanto Conversacional - Curso Básico - Prof. Jair Salles, - Regras Gramaticais do Esperanto - A Língua Internacional Neutra, A. Flores e V. P. Werneck, dois dicionários, e estou dando os primeiros passos rumo ao seu conhecimento. Pretendo fazer o que posso sem muita euforia, mas pelo que pude aquilatar até agora, não é difícil aprendê-la, uma vez que a maioria de suas palavras tem origem em línguas por mim um pouco já estudadas, tais como latim, francês, inglês, italiano, alemão, muito de português, inclusive. O que me causa uma certa surpresa é que tenho conversado com alguns amigos e conhecidos, até detentores de curso superior, que me dizem desconhecer e nem saber da existência do Esperanto. Esquisito, tal afirmação, pois segundo me consta, transcrevo abaixo um parágrafo de nº 9 de folheto que recebi de membro da Assoc. Gaúcha de Esperanto - Rua dos Andradas, 1251/103 - Porto Alegre - RS - E-mail: esperanto.gea@plug-in.com.br - que diz o seguinte: “A UNESCO, ao longo de sua existência, já aprovou duas resoluções favoráveis ao ESPERANTO. Em 1993 o PEN Clube Internacional reconheceu o ESPERANTO como língua literária. UMBERTO ECO, o renomado escritor e linguista italiano, tem se pronunciado publicamente a favor da adoção do ESPERANTO como instrumento de comunicação internacional”.
Encerro a presente crônica, desejando a todos os leitores que reflitam a respeito do assunto. Se lhes convier, procurem o endereço acima, pela Internet ou pessoalmente. Até à vista ! ou como diz o Esperanto: “^Gis Revido!”
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Cronista colaborador
Fone: 3212-3364
Publicado em 29 de maio de 2002 - no Diário de Canoas.