Quem imaginaria Davi sem Golias? Brutus sem César? Marco Antonio sem Cleópatra? Ou Batman sem Robin.

Existem duplas, pares e até grupos indissociáveis. Assim, também acontece com o escritor ou escritora e seus leitores ou leitoras. Nas ondas das palavras e fonemas fluem sonhos, esperanças e entretenimento.

O minuto mais doloroso ganha um anestésico... Aliás, quem poderia imaginar a anestesia sem a dor? 

Ou o erro sem aprendizagem? No fundo, tudo se encaixa, misericordiosamente. Misteriosamente. Em acepções semânticas nunca antes imaginadas ou suspeitáveis.

Assim a penumbra revela o claro e o escuro. As metáforas revelam a verdade e a fantasia. Por detrás de uma ironia há um estilete realístico a fatiar-nos o contexto. Ora com frases dóceis... ora fazendo que a bizarrice seja apenas engraçada... Ou por sermos impotentes ou simplesmente negligentes em vigiar a realidade.

A comédia é um ótimo disfarce da tragédia.

Deveria haver mais guardas... municipais, estaduais, federais e principalmente semânticos... a vigiar e controlar os valores, os sentimentos e as almas que são transgressoras... que olham a chuva e a acolhe amavelmente, como se fosse todas as lágrimas que não choramos...

Como se fosse todo o sentimento represado de frustração e tristeza mas que deixamos pra lá... e, aí vem uma nuvem cinza e, lava todo o limo de dentro de nós.

E aquele cheirinho de umidade da chuva a inundar o ambiente, a flor feliz e molhada, a hortaliça verde e quase sorridente. pois não está o sol a lhe queimar suas delicadas folhas...

Uma dúvida sempre me assolou... será que se entristecem os girassóis, quando chove? Tomara que não... pois eles continuam lindos, apesar de encharcados.

A chuva é apenas uma beleza líquida que depois evapora.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 07/02/2019
Reeditado em 07/02/2019
Código do texto: T6568839
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