PSICOPATIA. CORRUPÇÃO. INSENSIBILIDADE.
Segundo Ana Beatriz Barbosa Silva, emérita psiquiatra brasileira, o conceito de psicopatia consta de forma equivocada no Código Penal, pois é definido como uma doença mental, e não é.
“A psicopatia é transtorno de personalidade, do jeito de agir. O psicopata tem valores internos distorcidos diante de uma sociedade. Então eu diria que o psicopata não possui uma consciência subjetiva, ou seja, a sensação de se importar com o outro, de se sensibilizar”, explicou a psiquiatra.
“A grande diferença de um psicopata para outras pessoas que cometem erros é que os psicopatas não se arrependem. São os pedófilos contumazes, são os corruptos contumazes, eles realmente não se arrependem. Não há nenhum sentimento de responsabilidade. Eles gostam de ser assim”, conclui Ana Beatriz Barbosa Silva.
Após traçar uma visão geral sobre os psicopatas, Ana Beatriz iniciou sua análise sobre os corruptos e a psicopatia. Ela comparou o corrupto contumaz a um pedófilo, e disse: " Se formos raciocinar dentro disso, o corrupto pode ser comparado a um pedófilo. O pedófilo é preso, e se solto, volta a cometer o mesmo crime, porque ele tem prazer nisso. De alguma maneira, o sistema beneficia hoje os corruptos, que são presos e depois soltos, e assim cometem novamente os atos ilícitos".
Quem pode contrariar tais assertivas?
Para Ana Beatriz o psicopata não tem emoção, mas finge muito bem ter.
Para a psiquiatra, o ambiente político estimula características que o psicopata busca, como o poder, a manipulação e o status. “Quando o psicopata chega ao poder ele se cerca de uma série de outras pessoas que, se não são também psicopatas, têm uma certa empatia pela maneira de ser do psicopata”, disse ela ao se referir ao termo “ponerologia” - estudo do psicopata ocupando o Poder, mencionando o nome do psiquiatra polonês Andrew Lobaczewski, autor da tese acolhida.
“A política é um dos meios mais propícios para ação dos psicopatas, já que poucas atividades oferecem tanto poder, status e oportunidade de manipulação. E isso não é uma exclusividade do tempo atual nem de nosso país. A psicopatia e a corrupção estiveram presentes em tempos passados, estão em todas as sociedades, sexos, religiões. Os psicopatas são como insetos em volta da lâmpada em busca do poder, status, e diversão.” Considerou assim a notável profissional, autora do best seller “Mentes Perigosas: o psicopata mora ao lado”.
Presença marcante na Escola da Magistratura do Rio para participar do evento “Corrupção e seus Desdobramentos Sociojurídicos”, reportados na Revista da Escola, “Magistratus”, entre outras longas considerações temos as transcritas acima, sinalizando um cenário de “seguidos e seguidores” do enredo político brasileiro.