Casa velha
A casa velha, de repente, ganhou vida e emoção. Anos de sorrisos e lágrimas, música e gritaria, amor e ódio, agora palco de recordações. Ela representava o início de uma grande jornada, geração de uma família e refúgio da alma. Foi construída aos poucos, a cooperação dos amigos trouxe estrutura e a economia de alguns direitos renderam sustentação. Muito suor e fadiga foram derramados nela, era feia e sem cor, não tinha um piso bonito, nem portas e janelas, mas a esperança era tudo pra ela.
Com o tempo ficou vaidosa, pois além de estar completa, abrigava a felicidade. As rosas deram-lhes perfume e poesia, a alegria estava em sua fachada. E como a realidade é inimiga dos contos de fadas, tudo deu em nada. Só uma história triste é contada, os moradores deixaram-na e não seguiram em direção a cidade das esmeraldas. Ela ainda estar lá, cheia de ranhuras e mal conservada, seu alicerce é forte e conta com a sorte pra ser visitada. É difícil olhar para ela e não sentir nada, o coração acelera e as lágrimas correm desesperadas.