A MULHER DA MACHADINHA.
VOCÊ CORRE NO TEMPO E A MORTE É MAIS VELOZ.
Crônica
Por Honorato Ribeiro.
Você estuda o tempo todo para ser alguém na vida e ser famoso e com dinheiro para se regalar deitado de papo pra cima numa rede de balanço. Aí, então, você diz: Regala minha alma, pois eu não preciso mais de nada. Dinheiro na poupança, fazendas, avião, empregados e com grande prestígio na política. Sou um homem mais feliz. Mulheres tenho a escolha: loira, morena, branca, as mais lindas. Amigos eu tenho em todos os cantos que vou e quando chego é como um rei, bem recebido.
Não preciso mais nada, basta eu pegar o meu celular e dá ordens e será cumprida imediatamente. Sou um grande empresário e mando até nos políticos, seja ele do senado ou da câmara dos deputados. Eu elejo quem eu escolher. Tenho ouro e prata e o meu tesouro é enorme. Sou um homem feliz.
Mas se esqueceu da maior amiga dele que sempre está de seu lado o tempo todo e ele não reconhece e nem lembra se ela existe.
O homem poderoso deu um banquete, quando acabou deu uma rica festa com orquestra famosa. À meia noite ele foi dormir. Pela manhã a empregada foi chamá-lo para o café da manhã, mas a amiga morte tinha lhe levado de surpresa, e tudo acabou.
A morte é assim. "Deixa o bobo no alto e retira a escada". Ela espera sentada para ver o tombo daquele que se achava dono de tudo e de todos, mas se esqueceu que a morte era a dona dele.
Somos todos idiotas que queremos ser dono da vida e pisamos, cuspimos na cara dos outros e depois, na escatologia individual leva terra na cara e os vermes comerão os restos mortais. Somos todos defuntos perambulastes pelas avenidas da vida.
hagaribeiro.