Carmo do Rio Claro
(Serra da Tormenta)

    Uma escalada de agradecimento.
    Em férias de janeiro, na tranquila e pacata Carmo do Rio Claro, foi-nos possível abdicar-nos do dia a dia das obrigações da metrópole, não mais isenta de percalços, e viver a magia do seu encanto paradisíaco, recordando, confraternizando, abastecendo a alma no seio da terra-mãe, para enfrentar novos e constantes desafios.
   Daqui do meu pequeno e sempre amado berço natal me é permitido a ventura da liberdade, sem os sobressaltos dos grandes centros urbanos.
   Quantas realizações, renovações (para mim que vivi a adolescência no Rio de Janeiro) sobre a minha terra. O meu coração carmelitano bate forte e se emociona. É o reeconctro com a minha identidade.
   Neste oásis de valores humanos e ecológicos, vejo nascer o Expresso Carmelitano, dirigido por Paulo Henrique Bueno. Competência, seriedade e idealiatismo são atributos que não lhe faltam para realização de um trabalho meritório e duradouro. Uma comunidade sem a palavra escrita é um esforço de preservação da memória que se frustra. Que o carmelitano, possa agora, neste veículo de comunicação social, expressar o seu sentimento, cantar em versos a beleza de sua terra, e deixar regsitrado na harmonioza execução de seu viver, a melodia de seu trabalho e de sua história. 
    Aqui e alhures, no passado como no presente, valores carmelitanos têm irreadiado sua luz e seu saber. No solo fértil à sombra da Serra da Tormenta, germinou, cresceu e, hoje um jovem mosrra ao mundo o talento de sua mineiridade. A conjugação desses elemtos, quero crer, é distinção essencial de seu povo. Gabriel Vilela (Biel) este é o fruto talentoso, sedimentado nesta maternidade e abençoado pela Senhora Aparecida, que, do alto, sorri a felicidade dos aplausos ao filho carmelitano.
    Escalamos a Serra da Tormenta, e, do alto de seus 1.310 metros de altitude, do nível do mar, contemplamos a paz que é dada, sempre, a quem dela se aproxima.
    Nos seu cume se encontra edificado a Igreja de Nossa Senhora Aparecida, um dos mais altos santuários brasileiros, onde corações devotos acorrem e afirmam inúmeros milagres.
    Ali, se fazem tradicionais romarias. Ali, asas-deltas sobrevoam colorindo os céus de Carmo do Rio Claro.
    Nas minhas aspirações, andanças e arroubos de criança, sem que ninguém soubesse, escalava eu, sozinho e solitário, esta serra da minha infância. Hoje, como ontem, sinto a mesma pureza nas preces suplicantes aos pés da Senhora Aparecida. Estas preces são, agora, para minha alegria, mais específicas, menos indefinidas. Tem identidade... Tem rosto... São presença e dádiva.
   Vejo outras pessoas que, aqui e agora, realizam com coragem, o vôo Santos Dumont. A nós outros cabe admirá-los e contemprá-los, livres, nas vastidões dos céus. 
   Sob este mesmo horizonte, nós, também um dia, voamos os nossos devaneios nas asas da esperança, que sabe? com a mesma coragem e destemor.
   Nossa Aparecida, Padroeira do Brasil, precisamos muito do seu Amor iluminando corações... modificando inustas extruturas, estabelecendo a ordem nas ações de governo, e a nossa concórdia, esperada e demorada, em aplausos esperançados. 
    Neste limiar de 2000, renascidas esperanças são semeadas em cada coração humano. Permita haja colheita e se encham os celeiros para que cada um de nós, com o seu trabalho, possa usufruir, com dignidade, o seu quinhão.
    "Nosso amor é ainda um amor condicionado e longe estamos de realiazar que não há maior simplicidade de um gesto carinhoso, na ternura de gesto de amor...(Lourdes Freire).
    Carmo, sua topografia e seu povo me fazem recardar Machado de Assis: "Há pessoas elegantes e pessoas enfeitadas".

 
Roberto Gonçalves
Escritor   
RG
Enviado por RG em 30/01/2019
Reeditado em 08/02/2019
Código do texto: T6562958
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