Eis que a pomba me vaiava... uh, uh... e um sol tímido se agigantava.
Sempre tive meus receios de pombos... até porque seus intestinos são imprevisíveis e  seus gostos improváveis.

O pombo arrulhava e era lúgubre e até fúnebre. Pousando nos fios tensos de eletricidade e se equilibrando de forma patética. Vai-se pombo, vai-se pomba.

E seus voos rasantes eram aterrorizantes e, eu nem trajava branco...  Estavam atrás de restos de comidas espalhadas pelo lixo deixado e remexido pelos vira-latas da rua. Ainda vou inventar um perfume a base de naftalina com creolina só para lograr êxito em espantar definitivamente essa praga urbana.

Dizem que temem as corujas, mas eu não as tenho... então o que posso fazer senão gestos bruscos acompanhados de alguma algaravia...

Depois de muito esforço inútil, eles posam e olham com soberba por sobre nossas cabeças cansadas de tanto pensamento cíclico. Nenhum ser vivo deve ser odiado.

Confesso que não consigo gostar de alguns, por falta de compreensão em sua utilidade ou inutilidade.

A ameba, o pombo, os ratos e as cobras... Talvez num mundo ideal todos entenderiam a cadeia alimentar. 
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 29/01/2019
Reeditado em 29/01/2019
Código do texto: T6562577
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