MADURO APODRECEU
 
            O governo de Nicolás Maduro chegou ao fim. Sua saída da presidência é uma questão de tempo e bem pouco tempo. Não há mais condições de sustentabilidade após a declaração do presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó. As vibrantes manifestações do povo nas ruas de Caracas e de outras cidades do país são a pá de terra num governo que somente mal trouxe aos venezuelanos.
            Ao lado do povo da Venezuela governos de outros países já declararam reconhecimento ao novo governo interino. Nas Américas do Norte, do Sul e Central, quase todos os governos já declararam tal reconhecimento. A Austrália e Israel também. No continente europeu a União Europeia declarou que aguarda a reconstituição da democracia no país. A ONU - Organização dos Estados Americanos apoia o novo governo. Entre os vizinhos da Venezuela apenas 4 governos apoiam Maduro, que são Cuba, Bolívia, Nicarágua e México. Afora estes seus vizinhos, Maduro conta com a Rússia, Turquia, China e Irã.
           Em discurso na sacada do Palácio Miraflores, Maduro esbravejou: “Aqui não se rende ninguém, aqui não foge ninguém. Aqui vamos à carga. Aqui vamos ao combate. E aqui vamos à vitória da paz, da vida, da democracia”. Mas que vitória seria mesmo esta? Que paz seria esta, quando se tem apenas violência nesse governo? As redes sociais e os meios de comunicação estão cansados de divulgar cenas de violência, assassinatos de pessoas indefesas e ações trogloditas das milícias do governo.
               Não há paz na Venezuela, há perseguição àqueles que não se alinham ao governo. Não há trabalho, não há emprego, há fome, há desespero. Como apoiar um governo que não cuida do país e de sua população? A vida na Venezuela se transformou num caos, tanto que o movimento migratório tem se acentuado no país. Segundo cálculos da ONU em agosto de 2018 deixaram o país 18 mil pessoas por dia. A previsão é a de que até o fim de 2019 haverão 5,3 milhões de migrantes refugiados venezuelanos.
               Maduro se mantém ainda no poder porque apoiado pela alta cúpula dos militares. Porém, esse apoio começa a desmoronar. O coronel José Luís Silva, adido militar da Venezuela nos Estados Unidos, já rompeu com o governo venezuelano, unindo-se a um grupo de militares discordantes.  Disse o coronel que “os altos escalões militares e do Poder Executivo estão mantendo as Forças Armadas como reféns” e que “há muitos, muitos que estão insatisfeitos”. Falando para as Forças Armadas afirmou: “Não maltrate seu povo”.
                   O papel das Forças Armadas num país é proteger a ordem constitucional e não manter ditadores que reprimem seu próprio povo. E é isto que não vem ocorrendo na Venezuela. Há de se augurar que o bom senso ocupe os espaços da consciência desses militares e que os façam agir de modo a restabelecer a verdadeira democracia no país.
                 É interessante observar que sempre nos países em que se busca a mudança de sistema político, a permuta do capitalismo pelo socialismo, o regime de governo que se instala é o da ditadura. A face democrática do governo que se instala é apenas aparente, isto porque o poder na verdade não emana do povo. A Venezuela não é um país democrático, mas uma ditadura que com violência priva o povo de liberdade. A imensa horda de venezuelanos que fogem do país, inclusive para o Brasil, responde por esta realidade. O governo de Maduro apodreceu, logo tem que ser substituído.
Ailton Elisiario
Enviado por Ailton Elisiario em 29/01/2019
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