Pequenas histórias 165
Fechou o livro
Fechou o livro lentamente pensativo. Na capa a estampa do quadro famoso do pintor Vermeer, A Moça do Brinco de Pérola. Olhou os prédios cinza escuros ou pichados ou abandonados a espera de demolição ou de serem novamente ocupados, com suas preocupações misteriosas escondidas por janelas fechadas. Como seria viver numa época como aquela? Como seria viver em 1767, como descrita no livro? Será que o quadro fora mesmo pintado daquele jeito? Não sabia, apenas podia confiar nos detalhes que a escritora pesquisou. Mas uma coisa ele aconselha. Não assista primeiro ao filme para depois ler o livro. Não é a maneira certa a fazer. Pois ao ler o livro o que vai prevalecer é a visão do diretor, você não conseguirá criar a sua própria visão. Fora assim com As Horas e agora, apesar de não ser tanto, com a Moça do Brinco de Pérola. É que Tracy Chevalier soube com mestria conduzir a história fazendo com o que o livro se supere ao filme ou, melhor dizendo, o filme não conseguiu se superar ao livro. O que aconteceu diferente com As Horas. O filme é bem melhor que o livro. Portanto, um conselho, ler primeiro o livro e depois assistir o filme.