NO UNIVERSO TUDO É ONTEM
Quando o objeto em forma de charuto batizado de “Oumuamua” (na língua havaiana significa o “mensageiro que vem de longe”) atravessou o Sistema Solar intrigou os astrônomos. No fim e sem consenso, ganhou a teoria de ser um cometa. Apesar da sua forma ser totalmente diferente de tudo já observado.
Outra teoria não só de leigos, mas também de astrônomos sugere tratar-se de uma nave espacial alienígena. Essa teoria nada tem a ver com seu formato. Sua trajetória e velocidade contradizem as leis da física conhecidas. O “Oumuamua” poderia ser uma espécie das nossas naves Voyager de outra civilização.
Tudo no Universo é ontem. O amanhã não existe. O que vemos brilhar numa noite estrelada é o passado. Para ficar mais claro podemos citar o nosso Sol como exemplo. Se ele se apagasse neste exato momento, só ficaríamos na escuridão total daqui oito minutos. É o tempo que sua luz demora para chegar à Terra.
Falei do “Oumuamua” porque vou usá-lo na minha ficção sobre o ontem. Além disso, a nave pertence a civilização mais avançada que a nossa. Apontando seus instrumentos para cá conseguem ver os acontecimentos da Humanidade. Se isto realmente fosse possível, tenho dúvidas de que perderiam algum tempo com nós. Com exceção, talvez, de dois momentos.
Se a nave fosse de uma civilização de um planeta orbitando uma estrela a 8 anos-luz de nós, logo eles assistiriam um tsunami destruindo cidades no Japão. De uma estrela distante 19 anos luz, a civilização viu aviões pilotados por terroristas destruindo as Torres Gêmeas.
Podemos aumentar as distâncias e olhar mais ainda para o passado. Se a civilização estivesse a 50 anos-luz de nós, estaria perto de presenciar a Humanidade acompanhando a viagem da Apollo 11, e o homem pisando pela primeira vez na Lua. Um daqueles dois momentos.
Nossa regressão continua. Com o Sol desta civilização distante 80 anos-luz, pelos próximos seis anos assistiriam a carnificina da nossa 2º Guerra Mundial. Com o Sol desta civilização distante 520 anos-luz, tinham acabado de assistir Pedro Álvares Cabral chegar ao Brasil. A queda do Império Romano, se a estrela estivesse distante 1540 anos-luz.
Temos apenas teorias para explicar de que forma as pirâmides do Egito foram construídas. Uma civilização orbitando um Sol distante 5 mil anos-luz, estaria vendo como as enormes pedras foram erguidas. E se eles enviassem uma nave na época viajando na velocidade da luz, chegaria aqui só quando a lama engoliu Brumadinho.