MANHÃ DE VERÃO
MANHÃ DE VERÃO
Começa o Ano novo. Após uma semana de chuvas de verão, o segundo dia do ano amanhece brilhante. Ouço um canto forte de pássaro. Não sei se ele está cativo como eu de minhas lembranças ou livre. Chego até à minha querida varandinha para ouvi-lo melhor, mas não o localizo. Agora ouço outros sons: de um bentevi e de outros pássaros que não conheço... Todos estão brindando esta nova manhã, desejando que o ano seja feliz, de paz e justiça.
Por que estou me sentindo assim tão sozinha? Todo ano é a mesma coisa, o mesmo sentimento me invade o coração. Este coração tão sensível, tão infantil que me faz sofrer tanto...
É um mistério a vida! Se apenas convivêssemos como os animais... Mas não, precisamos conversar, emitir opinião, aceitar ou não as dos outros, tolerar, perdoar, ajudar... É uma gincana a vida, o ser humano! Queremos sempre mais, nunca estamos satisfeitos. Falo de sentimentos, de afeto, cumplicidade, carinho, respeito, cuidado... Somos parecidos com Deus, por isso buscamos a perfeição do Paraíso perdido. E nessa busca de comunhão, o sofrimento...
Nesta segunda manhã de 2010, eu rezo para que o Senhor abençoe minhas memórias, minhas vontades e faça o meu coração amadurecer, até ficar pronto, no ponto de ser colhido, numa bela manhã, pelas Suas mãos amorosas. Amém.