O ULTIMO DESEMPENHO

15/09/17

Ele diz que a ama sem muita empolgação, lhe entregando um pacote de chocolates... é uma sexta-feira e já é tarde. Ela sorri, mas não se levanta, nem mesmo para o que está fazendo. O momento de carinho dura alguns minutos, depois disso, põem-se a brigar como gato e cachorro. Erica se deita virada pra parede e finge dormir, enquanto Lucca abre uma lata de cerveja gelada.

“Qual é a cor dos olhos castanhos de Erica? E sua pele branca, é de que cor? Qual é a verdadeira tonalidade da tinta acaju, que Erica põe no cabelo? Lucca saberia dizer? Soubera um dia...”

Ele não vê mais nada em sua frente. Dorme agarrado às coxas lisas de Erica, todo santo dia, mas simplesmente não consegue descobrir o que se passa dentro da alma dentro daquele corpo robusto.

“O que faz acelerar seu coração? O que toca sua espírito? O que faz seus olhos transbordarem? O que lhe deixa lasciva e entregue? Uma mulher tão bonita, mas... e daí?

Lucca pensa em outras; vadias, desacreditadas, errantes... e ele se consome. Uma mulher como Erica jamais poderá ser traída. Ele se tortura... não consegue sair. Apenas se consome, e se consome, e se consome... isso vai acabar? Vai, sim...

“Aquela noite... aquela última noite. Aquela roupa de cama precisando lavar e sendo desforrada pelos nossos... movimentos. Eu teria caprichado mais, se soubesse... Era a nossa incrível despedida. Era um velório..., nosso amor, nossos corpos... cremados, sepultados. Eu... eu não sabia!”