De repente, tudo fazia sentido. Tudo era perfeitamente compreensível. Encaixava-se dialeticamente. Semanticamente. Como se fossem legos. O contexto, o céu e o eclipse.
Tudo eram tão justificável...exacerbadamente lógico e frugal. Que todos meus questionamentos pareciam ser burlescos e até dispensáveis...
A liberdade e o individualismo, a ditadura estética e amoral. O prazer acima da honra. A nudez prevalente sobre o espírito. E as cores, os odores e as sensações se esvaiam em sentidos imediatos. Em, indeclináveis tendências. De repente, o silêncio fazia um discurso contundente.
Daria para cortá-lo com uma navalha cega. Sem precisar fazer muita força. De repente, a curva se fez reta. O flash se fez filme. A narrativa de tão completa ficou melodramática. E, a tragédia já se esgueirava pela comedicidade.
Como somos terrivelmente engraçados e ingênuos. Somos patéticos. Como nossas dores são prosaicas e nossos queixumes representam piadas paradoxais.  
Assim, nos tropeços aprendemos sobre o relevo do caminho. Nos erros e falhas aprendemos como acertar e se aperfeiçoar. Nos enganos aprendemos o valor da verdade e da sinceridade. É como entronassemos na epifania. Onde o sagrado é profano e, o profano é sagrado, pois é humano a matéria-prima. 
O deus que há em mim, saúda o deus que há em você. 
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 22/01/2019
Reeditado em 22/01/2019
Código do texto: T6556971
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