A INSUSTENTÁVEL DUREZA DE VIVER.
 
Vez por outra aparece nas redes sociais, a foto de três crianças africanas, magérrimas e  vestidas  com trapos esburacados, os olhares perdidos na desesperança.Pelo tempo das postagens, penso que já são adultas ou foram dizimadas pela fome.
Aqui  esquina do  meu condomínio, uma  carrinheira, com três crianças  pequenas espera   um prato de comida para comer. A menina do meio brinca com brinquedos vindo do lixo. O mais velho, fica sentado no carrinho do lixo.
Na porta de um restaurante aqui perto, um jovem e seu filho de mais ou menos  dois anos, vende balas para ganhar alguns trocados.
Dia destes,  um adolescente de mais ou menos  14 anos, com um gargalo de garrafa, me abordou pedindo “deizão” para  ajudar a mãe a comprar gás. Eu disse que não tinha e que acabara de sair da farmácia onde gastara mais que um  “deizão”. Meu espirito de eterna professora deu uns conselhos para o adolescente e ele desabou num choro, mas seguiu seu caminho com mais três companheiros.
Curitiba voltou a ter moradores de rua em vários pontos da cidade e que durante a noite dormem embaixo das marquises, faça frio ou calor.
Há muitos exemplos de  pessoas que vivem “restos de vida”  e que viverão sempre do outro lado do muro, como diz Jessé, onde a vida é tão dura, que só ter piedade não   vale a pena.