TERNURA ANTIGA
Quando era criança, observava minha mãe nas suas lides de trabalho tanto em casa como no pátio, jardim e além de tudo, a roça.
Ela parecia sempre disposta, sempre renovada para tudo o que precisava ser feito.
Um detalhe da sua ternura de mãe e de mulher guerreira ficou gravado eternamente em meu coração:
Quando ela terminava todo o serviço, ainda sobrava espaço para fazer um ramalhete de flores e colocar sobre a mesa, em cima de toalhas de crochê, que ela mesma fazia.
Essa ternura antiga me seguirá até o fim dos meus dias.
O segredo da força de minha mãe consistia em dar valor às pequenas coisas, como adornar a casa com flores, que ela mesma plantara.
Hoje, sofremos de depressão, tristeza, angústia... e não fazemos nem a metade dos trabalhos que nossas mães faziam.
Que tal adornar a vida cuidando de um pequeno jardim caseiro, plantando e colhendo flores que depois irão abrilhantar a casa e os olhos de todos os que nela habitam?
Que tal colocar um pouco desta ternura antiga na vida atual, para atenuar o cansaço, a tristeza e o vazio de viver?
Grande abraço!
Saleti Hartmann
Professora e Poeta
Cândido Godói-RS