Das reminiscências da infância
Era um quinteto unido: meu irmão mais novo, três primos e eu. Um desses primos era o capeta em forma de gente e em nada fazia jus ao nome que carregava: Jesus. Ajudava o padre na missa só para saber qual casamento e qual batizado rolaria mais refrigerante e bolo. Como tudo era perto, a gente ficava na porta da igreja esperando acabar a cerimônia e então acompanhávamos o cortejo até a casa onde se daria a recepção. E a gente se esbaldava nos comes e bebes até o operador do gerador de eletricidade dar o sinal de que a cidade entraria nas trevas. O povo saía apressado, os que moravam mais longe corriam pelas ruas empoeiradas, pois o homem do gerador só dava cinco minutos de tolerância.
Mas isso foi no antigamente, no Sertão arcaico, onde se dormia com as estrelas e acordava ao som dos galos. Hoje a garotada de lá só quer saber de aipódes, aipins e lãrraus.
Triste Sertão. Ó quão dessemelhante e triste.