REFLEXÕES NOTURNAS
Diante as incertezas que são adquiridas ao longo da vida, entrego-me aos devaneios noturnos em busca de explicações para as tristezas, o sofrimento, as dores, para o real sentido das coisas, os espaços vazios deixados pela solidão. Sigo divagando pelas ruas desertas e mal iluminadas, pois o luar insiste em não aparecer, parece até que está com raiva de mim e que à natureza se recusa a mostrar todo o seu esplendor. Sinto que portas e janelas querem contar-me algum segredo, pois ficam sussurrando aos meus ouvidos quando passo por elas, mas não consigo ouvi-las. O meu olhar fica procurando algo que possa preencher as lacunas do coração, um vácuo deixado por um amor ausente. Preciso forçar a minha reconstrução, tentar renascer de novo, quem sabe, assim, à tristeza resolve ir embora... Olho para o céu e vejo estrelas cintilando, em um pisca-pisca constante, elas estão brincando de esconde-esconde por entre as nuvens que viajam ao léu. Logo penso: minha vida deve ter fases, como à lua, momentos de intenso brilho e outros de negrumes, como uma sombra que, por instantes, encobre o meu brilho, porém se são fases de certeza passarão. Olho para o meu interior e, procuro enxergar lá dentro as soluções que possam minimizar os danos causados pelas incertezas. Agora já consigo ver uma luz no final do túnel e como, as reflexões são noturnas quem sabe a lua poderá compactuar comigo e resplandecer no céu, assim, o cenário ficará todo cheio de brilho, indicando o meu novo caminho a seguir e, a minha essência se encherá de Luz. Nesse Feedback das minhas reflexões que para mim estão sendo positivas, as dúvidas são dissipadas pela certeza de dias melhores, pois quando estamos bem por dentro, conseguimos enxergar melhor por fora.
. Portanto, sigo me reconstruindo por dentro, dando uma nova roupagem ao meu Ser, me vestindo de dentro para fora, fico inerte, aguardando o novo amanhecer, o luar já sorrir para mim, beija o meu rosto cálido na hora da sua despedida, vai se escondendo devagar, dando passagem ao sol, o deixando nascer. O vento sopra bem ameno e leva consigo a solidão e deixa comigo minha amiga felicidade, a minha companheira de viagem. Foi difícil, mas passei por mais uma metamorfose, estou renovada, minha reconstrução está definida. Agora já posso dizer que estou feliz e viva.
Elisabete Leite – 14\01\2019