Ângulos Opostos

ÂNGULOS OPOSTOS

Distante, sozinho, bate a saudade...

A auto – estima quer me largar.

Luto por ela...

Olho-me no espelho

Procuro um amigo,

Encontro no reflexo de minha própria imagem.

Analisei a marca do tempo no meu rosto

Como são tantas...

Observei meus cabelos...

Fios prateados

Preferia os de bronze... Cor natural

Meu corpo...

Antes tão rígido

O tempo passou...

Procuro amigos...

Celular desligado.

Ninguém mais tem telefone fixo,

Conecto-me a internet.

Nenhum no MSN

Leio e-mails...

“Saudades de você, quando volta?”

“Admiro sua garra... Grande guerreira”

“Você faz falta... Volte logo...”

“Espelho-me em sua juventude... Continue assim”.

“Você é muita querida... Não demore”

Retorno ao espelho

Procuro as rugas... Pra onde foram?

Assanho os cabelos...

Como estão lindos...

Examino meu corpo...

Ainda em forma...

Amigos, amigos, alimentam minha alma.

Fortalecem o espírito

Cessam as lágrimas.

Nesse novo momento, distante de todos...

Estocarei outros mais... Amigos acalentam, trazem alegria...

Amigos, amigos...

Que me fazem até “BELA”.

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 16/09/2007
Reeditado em 17/05/2020
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