Fosso Intransponível
Ana é o tipo de pessoa que observa a vida, mas que por vezes prefere não enxergar, pois nem sempre o que vê condiz com a realidade e não escuta com sensibilidade porque percebe que o que as pessoas dizem na verdade não estão dizendo.
Ana não tenta mais se encaixar onde não cabe, não sabe dizer adeus, então prefere que não haja nada muito intenso em seus relacionamentos, por isso chegam a ser vazios e nada transbordantes. Ela ainda é insegura de si, a sua vida é um fosso intransponível.
Ana tem um universo de coisas boas em seus olhos, os que observam com atenção conseguem ver um pouco mais além.
Ela só quer uma lasquinha de dia feliz para ter uma boa noite de sono. O gostar de gostar, de sorrir para vida em dias chuvosos e nublados, o de estar apaixonada mesmo que não correspondida.
O amor que Ana sente tem sua particularidades e ele simplesmente é. No fundo Ana só busca alguém que se importe, que não venha se a intenção é não ficar, mas mesmo assim prefere reabrir a ferida para sentir que é real. O mais ou menos é pior coisa que existe, é melhor ter um duro não ou um verdadeiro sim que o mais ou menos. As pessoas não devem ser mais ou menos, sim sim e não não!