POEMA FEITO DE AMOR
Em visita ao meu pampa, deparei-me com um surpreendente enigma num amanhecer coberto de nuvens negras. A margem do rio Jacuí, uma lancha com vários pertences masculinos. Andamos, nos dois sentidos do rio, à procura de sobreviventes. Nada. Preocupados, ligamos à polícia, a qual informou que mandaria recursos.
Após dois dias de busca, surgiu da mata um senhor, o dono do achado. Falou-nos chamar-se Karl. Esse nos explicou que ali se encontrava a fim de dar continuidade a uma pesquisa que iniciara em Manaus. Pretendia acampar na região, para tal precisava da autorização do proprietário. Meu tio o convidou a hospedar-se em sua casa.
No período em que lá estivemos, fizemos amizade com o forasteiro, que se mostrava encantado com os costumes e os hábitos sulinos.
No domingo, ao retornar à capital, Karl entregou-me um envelope, no dizendo que esse só deveria ser aberto em casa. Curiosa, durante a viagem o abri. Nele, além de um poema, estava escrito:
– Nos versos que te fiz, expresso o desejo de um belíssimo reencontro. Tenha certeza, meu poema foi feito de amor!