Substituição no trabalho.
Em duas oportunidades substitui colegas que haviam sido demitidos por justa causa, a primeira vez foi na Volkswagen e a segunda na Ford.
Na primeira vez eu era inexperiente na função de comprador, foi em 1992, não conhecia a pessoa demitida , tanto melhor, eu estava na Logística da Ford e me chamaram para fechar a vaga. Quando cheguei a mesa e os arquivos estavam lacrados, e tive que esperar a autorização da auditoria para poder trabalhar.
Embora eu fosse um funcionário da Ford, as duas Montadoras trabalhavam juntas no Brasil, e por isso fui designado para comprar peças para as duas empresas. Não tinha experiência , mas conhecia materiais e desenho mecânico, o que era um começo razoável.
Na segunda oportunidade eu já estava mais calejado, e foi na Ford, no ano de 1996, no Centro Empresarial, eu trabalhava com importações quando me chamaram para a linha Química, uma das mais complexas.
Bem...eu não vou falar da minha carreira, pois nada tem de interessante, o que quero dizer é que ao substituirmos alguém, devemos um respeito a essa pessoa, e se quisermos escrever uma nova página, que seja sem denegrir e sem se comparar aos que ocuparam a função.
No começo apanhamos, erramos muitas vezes, e vamos tomando rumo, colocando o nosso jeito aos pouquinhos, até sentir firmeza.
Evitar a comparação serve para qualquer função na vida, quando assumimos um novo trabalho arcamos com o passivo deixado pelo antecessor, que pode não ser o desejado, então costumamos dizer; " Casei com a viúva, sustento os filhos...".
Não é profissional culpar os antecessores, e muito pior dizer que fará diferente, isso pode denotar uma atitude prepotente, que com certeza é. O correto é ir mudando as coisas ao seu modo, sem críticas, e aproveitar o que de melhor a outra pessoa fez.
As eleições acabaram, o passivo está nas mãos do novo presidente, que nunca ocupou esse cargo anteriormente, então a postura de atacar os antecessores é prepotente, pois não conhece a função, e mesmo que conhecesse não é ético seguir por esse caminho, pois parecerá uma muleta para possíveis fracassos.
Fiz esta crônica em razão de uma colega, uma das mais queridas , ter dito; " deixem ele trabalhar, acabou de entrar...". Sim, tens toda a razão, porém quem não está agindo com profissionalismo é o novo presidente, que não consegue se desvincular do governo anterior.
Hoje ele não é mais candidato, é um presidente que é líder de todos nós, e não mais do seus eleitores, e se ele não assumir isso , terá problemas sérios, o mandato é um ciclo de quatro anos, e ele tem duas tarefas ; cumprir o que disse e conquistar os que não votaram nele. - Uma tarefa difícil ! Até agora...não deu sequer um passo.