Pau no gato
Pau no Gato
Quem atirou um pau no gato? Perguntou o delegado às testemunhas presentes à entrevista na delegacia. Ninguém sabe ninguém viu...
Apenas o ato posto no passado pelo autor, necessariamente não implicava numa confissão. Seria mais justo tê-lo como suspeito já que Dona Chica nada disse, tornando-se assim coautora. Ainda bem que o gato não morreu, por que se isso se consumasse os dois seriam agora indiciados por maus tratos aos animais e enquadrados num crime ambiental. De forma alguma os estou acusando, mesmo porque Dona Chica apenas admirou-se com o berro - ou o berrô - que o gato deu,(isso para que o termo se adaptasse melhor à melodia).
Mas se ela ouviu um berro, provavelmente o objeto arremessado – no caso um pedaço de pau sequer acertou o bichano, pois gato não berra- nem mesmo “o gatê-o-tó”. Ele mia. Pode ser que uma vaca ou um cabrito que pastava tranquilamente na cena fosse atingido pelo arremesso feito a curta distância ao que parece. Sendo assim, me resta dar o caso por encerrado, por falta de provas.
A origem desta fábula, que acabou em modinha popular, canção de ninar e brincadeira de roda, me parece coisa de Portugal. Quem sabe lá nas terras lusitanas, os gatos também berram?
O delegado de polícia ante a queixa da Sociedade Protetora dos Animais local mandou arquivar a denúncia, mas a contragosto, por que ele adorava gatos. Fora o dois siamês na Delegacia, em casa tinha mais seis todos vira-latas .
Moral desta estória: “Errar um arremesso num gato que berra é humano”.
Miauuu!
Myself.