Fazemos mil coisas, tentamos ser como todas as outras pessoas, assumimos responsabilidades além da nossa conta, nos esforçamos, nos obrigamos a fazer mais e mais. Nos acostumamos a demonstrar uma força que não temos, o corpo se ressente e no dia em que não aguentamos mais dar conta, ninguém compreende. Ninguém precisa compreender, eu compreendo.
Não há melhor parâmetro que o meu corpo, e ele fala através de sinais como dor, desconforto, cansaço, inflamações, até finalmente parar e me obrigar a cuidar dele com carinho.

Já fui muito exigente com arrumação e limpeza, fazia questão de lavar meu banheiro, passar pano na casa todos os dias e manter as gavetas perfeitas. Até que não pude fazer nada disso. Tenho três cachorros que soltam pelo, deve ter algum por aí espalhado, consegui uma ajudante para vir toda semana, mas para isso abri mão de algumas regalias. 
As gavetas arrumo como posso e estão todas lá, levemente bagunçadas.
Não é apologia à bagunça, é amor ao meu corpo e ao que ele está pedindo. Ninguém mais vai entender meu cansaço, afinal pareço estar ótima, mas estou muito cansada. Então, eu preciso descansar.

Acredite, a vida continua para quem eu deixei de cozinhar, para o armário que eu deixei de organizar, para os ladrilhos da cozinha e do banheiro. 
A vida continua, mesmo com a louça na pia e os copos sujos, a vida continua. Preciso adequar a vida ao que posso fazer, ao que consigo fazer sem me agredir, respeitando meus limites, meu tempo. Eu respeito, você respeita, todos precisam respeitar.

#convivendocomadorcronica
Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 08/01/2019
Reeditado em 13/05/2019
Código do texto: T6545888
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