No dia do Leitor é bom que se diga que todos os dias devem ser dias para se ler. Lembrando que ler não é tão somente decodificar símbolos, mas principalmente entender bem, o que se lê. E hoje em dia, se sabe, um dos grandes problemas enfrentados, de modo geral, na escola e fora dela, é a leitura sem a devida interpretação.
Não há como falar de leitura sem pensar na escrita. As duas andam de mãos dadas, uma depende da outra. “Quem não aprendeu a ler, não devia aprender a escrever”, escutei de um tio meu, depois de ele ter assinado certo documento que o lesou num negócio. Foi um desastre!
É complicada essa coisa da assinatura. Ao validar um documento com o próprio nome, a pessoa pode estar caindo num buraco, e levando muita gente junto. Isso me lembra o MOBRAL — Movimento Brasileiro de Alfabetização, dos tempos de Garrastazu, quando o cidadão aprendia a desenhar o próprio nome, mas ler e interpretar mesmo que era bom, neca de pitibiribas! Ao som de Dom e Ravel, muitos brasileiros e brasileiras sonharam ficar “letrados” mas... Quem quiser saber, a história está registrada lá nas décadas de 60/70.
Em relação à assinatura, não é à toa que o nome tem um peso enorme na certidão de nascimento do cidadão. E dependendo do papel em que se coloca esse nome o desastre pode ser descomunal. É lamentável, mas acontece. De certa forma, ainda temos muitos ranços do MOBRAL: “Quem não aprendeu a ler (e a interpretar) não devia aprender a escrever”. Meu tio que o diga!