ARREPIO
Entortou-me as entranhas, fraturou as veias do coração em câimbras... Ao peso daquelas lembranças.
Em mais uma noite de extremo silêncio, ele sucumbiu ao pânico ao ver aquela fotografia em suas mãos. O seu interior estremecia em lamentos vagarosos e em sintonias arquitetadas.
Notou em si o acúmulo do outro e de memórias estúpidas e confusas que apenas existiam para ir de encontro a sua inútil e fiel sensibilidade. O corpo inteiro se contraía não mais por gozos e delírios, mas pela dor que era inevitavelmente resistida, inutilmente questionada, indubitavelmente imbatível. E naquele momento fisgadas sinalizavam a destruição de suas utopias.
Deflagrava-se numa sobrevida depois do amor!
Do livro Crônicas de chuva.