Os Intocáveis I

Por: Egídio Garcia Coelho

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Os Intocáveis I

Sempre que tenho a oportunidade de sintonizar a TV Senado, fico impressionado com a capacidade intelectual dos nossos políticos proferindo palestras em defesa dos direitos humanos, da igualdade social e principalmente honestidade e justiça.

O brilho dos olhos revela a veracidade da convicção das palavras que fluem naturalmente, chegando a encantar os telespectadores com a excelência na representação da voz do povo que o escolheu através do voto.

Basta, no entanto, acompanhar mais de perto a trajetória de cada um para que se perceba o engodo e a capacidade com que mascaram a realidade da atuação no cenário político, neutralizando todo e qualquer discurso favorável ao que os eleitores esperam e merecem.

Assim como já percebemos na difícil jornada da nossa existência o quanto é importante a especialização na qualificação profissional, nossos políticos estão “anos luz” a nossa frente, doutorados na arte da eloquência e omissão de provas que possam denegrir a imagem desses “intocáveis” homens que ditam os destinos da nação.

O desenvolvimento intelectual dos homens, quando distante do espiritual, causa uma "cegueira digna de compaixão".

Nossa classe política, com raríssimas exceções espero, têm demonstrado ter extrapolado em muito a capacidade de subestimar a inteligência do povo.

Milhões são gastos para forjar provas para omitir manobras que provocam o desvio de outros tantos milhões e até bilhões de reais dos cofres públicos.

E assim, numa ciranda interminável, cada um segue sozinho ou em equipe, se especializando, mas, deixando rastros dos mais variados que são para os abutres adversários, ferramentas indispensáveis para negociações altamente lucrativas, porém, com riscos na mesma proporção.

Chega a ser divertido, evitando dizer triste, observar as articulações políticas e as declarações feitas em público, enquanto segue paralelo à história escrita e deixada transparecer, bem diferente da verdadeira história que poucos privilegiados chegarão a conhecer, mas, que o povo já deduziu e até já comprovou existir há milênios.

Por outro lado, um trabalhador assalariado, jamais seria capaz de imaginar quanto pode valer em reais e/ou compromissos, um dos votos secretos que podem ter inocentado o presidente da casa que é, ou melhor, que deveria ser a guardiã da honestidade e justiça nacional.

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