Atendimento periférico
Cá estão os ilustres clientes da empresa do seguimento de transporte urbano. Também os chamam de passageiros do "busão" ou "busum", dependendo da região do país.
Esperam no ponto final a sua condução diária.
De repente o ônibus de uma das linhas, que se encontrava estacionado na parte de trás do abrigo, dá a volta e de lá mesmo vai embora, ignorando os gritos e apelos de seus fregueses.
A sensação é de indignação e impotência diante do desrespeito da parte de quem deveria servi-los mediante o pagamento da passagem.
As reclamações são generalizadas; há revolta no rosto de cada um.
-Ah, isso não pode acontecer, diz uma mulher.
-Absurdo e falta de respeito, irrompe um senhor.
Vinte minutos depois outro veículo da mesma linha chega na plataforma e como um passe de mágica resolve o problema.
Com os ânimos arrefecidos lá se vão nossos heróis para seu destino; lugares geográfica e espacialmente diferentes, mas histórica e socialmente comuns.
A bendita e venerada relação mercadológica que prega: "o cliente tem sempre razão", nesse nicho não se aplica.