RENAN ENCALHEIROS E A FARRA DOS BOIS

RENAN ENCALHEIROS E A FARRA DO BOI
(ou, como manter o poder através do voto secreto dos amigos)

Tudo começou com notas fiscais frias, de frigoríficos já fechados e entrou na lista de escândalos políticos deste País imerso na lama da corrupção em todos os níveis de governo; em todos os partidos; em todos os poderes.
O “bum-bum”, dizem, é a preferência nacional, e talvez por isso a coisa toda tenha um fedor tão grande.Aparentemente, como diz o filósofo Fausto Silva, o popular Faustão, os políticos adoram fazer na vida pública aquilo que todos nós fazemos na privada.
Ainda falando em “bum-bum”, se o "indigníssimo" senador (talvez inspirado pelo Bill Clinton) não desse tanta importância ao da Mônica, não a Levinsk, mas a sua versão tupiniquim, a Vasconcelos, talvez não precisa-se " comprar e vender" tantos bois para pagar uma pensão tão acima de suas posses.
A teimosia do ator/senador/pecuarista (ou seria "pecuniarista"?) em defender o indefensável, só encontra equivalência na teimosia de seus pares de mantê-lo no cargo apesar de toda a opinião pública clamar pelo contrário.
Afinal, qual é o povo que esses ilustres senhores representam? Por certo não é o povo que conhecemos nas ruas, ou talvez seja, já que o dito povo tem a tendência de continuar votando nos "suspeitos" e reeleger até quem renuncia para escapar da cassação.
Em relação ao governo do PT, ao menos pode-se falar a seu favor que os escândalos são investigados, que existem CPIs, ainda que o resultado das mesmas seja pífio.
Já em relação ao PSDB, seguindo a escola de FHC, no Estado de São Paulo, todos os casos são arquivados devido à maioria na Câmara...Banestado, Nossa Caixa, o buraco do Metrô, as privatizações e tantos outros não chegam sequer a ser investigados a fundo, talvez isso explique a teimosia do eleitor Paulista em continuar com o (des) governo tucano por 16 anos.
Mas voltando à vaca fria ( ou aos bois quentes) os senhores senadores deviam ter vergonha na cara e renunciar em peso para demonstrar que não compactuam com a baderna instaurada no Senado Federal,( mas ai perderiam também o seu quinhão ) mas por certo alegariam que precisam lá permanecer para representar as suas bases eleitoreiras ( sim eleitoreiras, pois as eleitorais eles abandonam tão logo recebem o diploma).
Por certo não existe partido político composto apenas por santos e honestos, mas ai eu questiono....já que existem os santos e honestos, espalhados por vários partidos, por que não se fundar um partido só com esses políticos?
Será pelo fato de que se "necessita" dos menos honestos para fazer as maracutaias?
Por que os partidos políticos teimam em manter em suas fileiras pessoas incompetentes ou sob suspeita, em cargos destacados?
Não há de ser por seus belos olhos, ou por seus formosos traseiros ( a não ser quando se tratar de alguma beldade inquestionável )
A verdade é que o Brasil presenciou, atônito, a sujeira ser varrida para baixo do tapete.
O senador Encalheiros, encalhado no seu cargo, ainda teve a cara de pau de dizer que não renunciaria para não decepcionar aos seus eleitores e ao povo brasileiro.
Mas não se iludam amigos, o dito senhor é apenas a bola da vez, no dia a dia vemos muitos exemplos de pessoas que agem da mesma forma,
por vezes afastam-se do foco das lentes da verdade, para meses depois voltarem com cara de santos, esperando que o desmemoriado povo já tenha esquecido de suas falcatruas e desmandos.
Não é exclusividade dos políticos, esse tipo de pessoa existe em todos os lugares, nas empresas, nos esportes, na internet, nas igrejas, nos clubes, nos bares, nas famílias, etc.
Poderíamos dizer que as agremiações políticas são um microcosmo que reflete o macrocosmo da população brasileira. Ao menos no que diz respeito aos defeitos.
Quanto aos homens de bem, bem, esses não se envolvem em política por considerarem o ambiente sórdido e fétido demais, assim sendo, deixam aberto o campo para que os mau-intencionados ocupem as cadeiras de representantes do povo. Então, reclamar do que ?
Como já foi dito "Para que o mal prevaleça só é preciso que os bons se omitam”.
Ah, ah, ah, ah, mas eu to rindo à toa....parece dizer o senador do alto de sua imunidade parlamentar.
E o povão, com o rosto pintado e o nariz vermelho, assume mais uma vez o papel de palhaço neste picadeiro chamado Brasil.
Acho que em nosso país deveria haver de dois em dois anos uma “deseleição” para dar ao povo o direito de excluir dos quadros políticos aqueles que não fazem senão macular a honra do povo brasileiro. Duvido que exista algum político que encampe esta idéia, mas aqui fica o desafio e lançamento desta campanha..