"Trago nos meus cabelos grisalhos..."

Vejam bem, não sou um cara modesto demais, mas não sou de jeito nenhum vaidoso. Sou eu mesmo. com todas as vaidades e, cllaro, defeitos. Confesso um detalhe: gosto dos meus defeitos tanto quanto das minhas virtudes. Pecado? Sei lão, não sei, Mangueira....

Pois bem, estava conversando com um amigo que lê as minhas maltraçadas e ele me disse que escrevo bem, que tenho facilidade para escrever, mas se trata de um amigo unha-e-carne, desses que a gente não deve esconder nada. Disse a ele que estava enganado, que não escrevo bem e nem tenho facilidade para escrever, apenas escrevo coisas que determinadas pessoas gostam de ouvir. Que apenas sou sincero, direto e escrevo como falo, como fazem as pessoas comuns. É nisso, em falar o que penso e da maneira que converso que algumas essoas, como ele,, gostam. Na verdade, acresci, escrevo muito mal e com bastate erros de portguuês.

Disse mais: muitose escritos que as pessoas gostam são confissões. Motivo: parece com coisaa que eles vivenciaram. Porque são parecidas com fatos de suas vidas. Dito isso, vou passar para o tema desta maltraçada, a primeira do novo ano, que talvez não tenha nada a ver com essa arenga da introdução.

Sempre me encontro com meus irmãos e irmãs e, quando eles dão uma treguinha nas maquininhas, onversamos sobre o nosso passado. E dentre as recordações há sempre músicas. Da desse disse a eles queuma das músicas que mais marcaram nosso tempo em Arcoverde foi uma que sempre ouvíamos num Parque de Diversões de Campinha Grandeque era armado na nossa terra quase sempre em setembro ou dezembro. Era uma festa. Quebrava a rotina, dava um chute na bunda do tédioe mandava para o espaço a tristeza. Bem aí esqueci o nome da música, sou péssimo em nomes de músicas. Riram e disseram que s[ó podia ser invenção e me desafiaram, que covadia!, a cantar um pedacinho da tal música. Como á disse, não canto nada devido a voz que é rouca e péssima e sou desafinado até assoviando. Mas fazendo umm esforço fora do comum cantarrolei um trechinho: "Trago nos meus cabelos grisalhos/ Tingidos pelo orvalho das noites frias sem lua/ Volto à residência modesta que eu deixei pela serestae os prazeres da ruas...". Risos gerais. Ninguém se lembrou da música. Eu fiquei encabulado e perdi o dia.

O tempo passou e eis que um amigo de Pesqueira me devolveu uns CDs que lhe emprestei, nem me lembrava mais. Quando abri o pacote num deles, um de Bethânia, por engano o amigo havia colocado um de Carlos Gonzaga, uma cópia dos seus maiores sucessos. Botei no som sansung e comecei a ouvir, faixas como Carol, Não posso te esquecer e etc e tal e coisa, mas, hermanas e hermanos, de repente, tocou a tal musica do Parque de Diversões, aquele que fala nos cabelos grisalshos tingidos pelo orvalho... O nome dela é "Regresso". Confesso que ri e fui às lágrimas, dei até uma cafungada na bombinha de asma para evitar um acesso. Pensei no ato: - A vingança é um prato que a gente come frio. E nçao como um dia atrás do outro e uma madrugada no meio deles.

No domingo, ouvi o disco na sexa, fui encontrar os irmãos e irmãs levando o velho som e o CD. Sentei, eles e elas riram quandoviram o som do tempo do ronca. Mas não liguei. Estávamos num café. Liguei o danado numa tomada, botei o CD e liguei exatamente na mpusica "Regresso". E Carlos Gonzaga executou a minha vingança. Depois que ouviram de boca aberta, e lhes disse: - Era essa musica que vocês ouviam no Seviço de Alto Falantes do Parque. Pediram mil desulpas, concrdarm lembraram, e ouviram todo o CD. Ganhei o dia.

O interssante é que a música é contra a boemia. Mas é linda, principalmente porque lembra uma época em que, com certeza, a gente era mais feliz e não sabia. Inté.

P.S. Nada não, mas gostaria que vocês todos se lembrassem de uma verdade dita por São Paulo: - O tempo é o senhor da razão.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 01/01/2019
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