Feliz ano velho
O ano esta acabando. Recordando muitos anos já idos, trago lembranças dos tempos dantes.
Tomar banho de chuva, para dar sorte tinha que ser a primeira chuva de Janeiro.
Brincar de casinha debaixo da mesa. A toalha da mesa virava cortina.
Fazer "touca" no cabelo, dormir com a cabeça cheia de grampos para amanhecer com o cabelo bem liso, nao tinha chapinha.
Colecionar chapinha de garrafas para depois pregá-las na madeira e fazer um capacho.
No Carnaval tomar e dar banho de seringas de água.
Brincar Carnaval nos blocos de "sujo" vocé entrava num bloco, e saia em outro. O Carnaval de rua no Rio de Janeiro existia por todos os bairros.
Ir a inauguraçao de supermercados, era atraçao especial, o show era ao vivo com cantores populares.
Andar de onibus eletricos eram chamados de chifrudos.
Ir a praia e usar como boia a camera de pneu de caminhao.
Isso era tudo possivel, saudavel, sem os rotulos do certo ou errado.
Tive infancia, talvez porcter sido tao feliz, ainda conservo na alma a alegria dessas lembranças.
Quem já nao olhou pro ceu cheio de baloes numa noite estrelada de Sao Joao, enquanto a fogueira ardia nas saudosas festas juninad?
Quem nao correu para atravessar a rua, para pedir as bencaos ao casal de velhinjos que morava no final da rua?
Adeus anos velhos.
Felizes anos velhos.
Os novos sao desprovidos de magia, beleza e poesia.
As mídias mataram a saudavel expectativa de dias melhores com suas enxurradas de informacoes desnecessarias, venenosas, poluidas e apodrecidas.
Recordar é viver.