Sem visão crítica

Falta, a determinadas pessoas, a menor noção de bom senso: vai fazer uma visita, passar um final de semana na casa de alguém, leva os três filhos, o cachorrinho, que não tem com quem deixar, por vezes, leva até um amigo vizinho; afinal quem vai recebê-los adora receber visitas.

No campo espiritual também ocorrem exageros, existem promessas que sugam os santos, muito além da capacidade de milagres, que possuem esses seres celestiais:

-São............. eu preciso da minha casa própria, me atenda, por favor;

e ainda na mesma promessa

-o casamento da minha filha anda tão estremecido, faça com que o relacionamento volte a se fortalecer;

-a Tia Belinha tem suspeitas fortes de que aquela sua tosse seja muito mais grave do que aparenta, São....... faça com que seja apenas uma tosse;

-meu vizinho está fazendo da sua casa um bordel, acabando com os princípios familiares da vizinhança.... por favor, nos traga de volta a moralidade;

-ah, sim, meu vizinho!!! Ele tem uma mangueira, cujas raízes estão colocando em risco o alicerce da minha casa, poderia fazer com que ele abrisse os olhos para os riscos a que nos tem expostos?

Meu Santo Padroeiro, como prova da minha gratidão, quando for atendido, prometo ficar um ano sem comer quiabo.

A lógica afirma que não existe tribunal que julgue seres celestiais, mas é evidente que uma simples enquete, com os demais devotos daquele santo, com unanimidade, entenderia a reação do santo rogado, e até o perdoaria se ele soltasse um palavrão.

Poucos textos consagram pedidos de fieis, o que nos remete a uma dúvida:

-Em promessas realizadas pode haver um “post scriptum”?

PS-Meu filho do meio, o Marquinhos, está péssimo em matemática... não o deixe sem respaldo

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 30/12/2018
Reeditado em 30/12/2018
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