Ragaram fantasia do beatão

Há palavras que destesto porque são usadas para fins de repressão, palavras tipo, luxúria, permissividade, licenciosidade e outras que são ditas babando de ódio pelos beatos e falsos moralistas para condenar o sexo. Sou alguém totalmente avesso e adversário radical da patrulha antisexo. Não que seja alguém que viva alardeando ou defendendo acobracias sexuais ou explicitando detalhes sobre o assunto. Não, acho que sexo é algo privativo da cada pessoal. Mais: restrito às quatro paredes. Não não me espanto quando vejo os jovens nos seus amassos públicos. Nao me espanto de jeito nenhum, não fazíamos isso no nosso tempo devido à repressão. E priu.

Acho que vale tudo no sexo, noves-fora a violência. Cada casal (cada tipo de casal, admito) tem suas maneiras, fantasias, modode fazer amor e sexo, os dois andam juntos, sem isso o ato é falho. Sexo, como diz a música, é poesia e é carnaval. A minha única bronca a respeito do assunto´é quando alguém começa a contar sua vida sexual e claro, exagera, ou seja, além de cometer uma iconfidência, mente descaradamente. Um carinha disse certa vez, numa roda de papo que eu estava presente, que fizera sexo quatro vezes, uma vez atrás da outra sem descanso, sem nenhum intervá-lo. Não aguentei e disse: - Mentira sua, isso é impossível e a bem da verdade, toodos aqui sabem, sua mulher anda dizendo às amigas que está subindo nas paredes porque você não funciona. Silêncio. O carinha se calou. Exagerei. Mas nunca lhe pedi descualpas e ele nunca mais divulgou os seus exageros sexuais.

Mas tem um causo ainda mais hilário. Havia no sertão um sujeito que era metido a santarrão, habutuê contumaz da igreja, patrulha religiosa, vivia esculahambando com os que faziam sexo por prazer, sem ser com fins apenas de procriação. Mais, dizia que para fazer sexo como mandava a religião, para prociração, era preciso ser de luz apagada, um sem ver o corpo do outro, e osdois vestidos, na hora do ato levantassem apenas a roupa. Linha dura. Mas um dia rasgaram a fantasia dele, ficou moralmente nu em pêlo.

Era membro de uma família numerosa. Todo fim de ano se reuniam. Congraçamento. Era um almoço. De alma sebosa na família só tinha mesmo o santarrão. Pois bem, antes do almoço o santarrão sempre fazia um discurso religioso e metia nele a crítica feroz contra o sexo por prazer. Acontece que nesse dia ele nominou um primo que estava presente, um boêmio, um cara muito engraçado e pavio curto. Esse cara estava tendo um caso com uma moça que diziam ser falada (casou com ele, de papel passado, fui testemunha). Quanto o beatão citou que ele estava amigado com uma devassa e, inclusive, praticando opecado da luxúria, licenciosidade, pemissividade e o escambau de práticas demoníacas, o boêmio bateu com uma faca no copo e pediu um aparte e fez uma proposta: - Proponho, antes doalmoço, darmos uma pisa de copó de boi ou cinturão de couro cru nesse falso beato e que é um gande pecador. Esse sujeito é um santinho do pau ôco e um grande tarado. Vou provar, devia dizer lembrarporque todos vocês sabemmas escondem. Como foi que ele quebrou o braço há alguns anos? Porque caiu da escada. E que estava fazendo no alto da escada? Estava pela fresta que há enyre o fim da parede e as telhas, Toinha trepando com o marido dela, o irmão desse safado. E enquanto brechava ele se mastirbava, mas, de repente, se melou no auge da luxúria e se desequilibou, caiu e quebrou o braço. Castigo! Duvido que algum de vocês diga que é mentira. Silêncio. Serviram o almoço. Mas a história ganhou as ruas. E quando o patrulheiro moralista aperecia na rua diziam para ele ouvir: - Lá vai o beato punheteiro. Cuidado ara não cair da escada.

Detesto falso moralista. São uns crápulas. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 26/12/2018
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