Um mergulho na noite de Olivença

Diário de Bordo (Um mergulho na noite de Olivença)

Quando terminei de montar a minha barraca, num dos pontos mais altos aqui de Pedacinho de Pasargada, era por volta de 4h30 de uma tarde ensolarada, bafejada por uma brisa fresca vinda do Oceano Atlântico a três quilômetros de distância daqui.

O fato de dispor dessa temperatura tão benfazeja em meio a essa onda de calor que assola o país me deixa cheio de um ufanismo juvenil, rindo atoa para as árvores que me cobrem de Verde e vida, e aprendendo a conhecer os diversos ruídos que essa mata cheia de magia vai me apresentando.

Como precisava de adquirir alguns mantimentos, fui até uma mercearia que fica a mais ou menos um quilômetro de distância, na qual fiquei numa prosa boa por um tempo que não dei conta, (mas dei conta de um refrescante coco, saboreando sua água doce e sua polpa macia) e sai de lá já com a noite me envolvendo em seu lençol de luar.

Da mercearia trouxe bolachas e bananas, ofertadas pelo meu amigo Domingos, e de passagem ganhei uma garrafa térmica abastecida de chá de capim santo, que Santo, (Outro amigo feito aqui em Olivença) me deu para trazer pra cá.

Apesar do tempo nublado as estrelas não se fizeram de rodadas e deram o ar de sua graça, pontilhando o céu com o seu faiscar.

No caminho de volta, já com a iluminacao bruxuleante do luar, passei no Rio Cururupitanga, deixei a bagagem e as roupas na relva e me deixei envolver em suas águas frescas e acariciantes como o abraço de uma namorada atenciosa.

Depois desse banho renovador, foi subir a serrania, cortar lenha, juntar folhas e gravetos e acender uma fogueira e me preparar para dormir o sono dos justos.

Acordei às duas horas da madrugada e eis-me aqui a garatujar estas mal traçadas linhas para apadrinhar o dia de meus eventuais leitores...

Aprendiz de Poeta
Enviado por Aprendiz de Poeta em 23/12/2018
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